A informação foi divulgada neste domingo (20) por Francesco Vaia, diretor médico do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas Lazzaro Spallanzani (INMI), na capital italiana.
"Depois de assinar um acordo de sigilo, o Centro Gamaleya enviará três pesquisadores para monitorar estudos de laboratório sobre os fatores comportamentais da vacina Sputnik V", disse Vaia em entrevita publicada pelo jornal italiano Il Messaggero.
O diretor médico do INMI acrescentou que o instituto também consideraria a possibilidade de vacinar novamente os participantes da pesquisa da vacina de fabricação italiana desenvolvida pela empresa de biotecnologia ReiThera, incluindo a Sputnik V no estudo.
"O plano é vacinar parte dos voluntários com a ReiThera [...], outra parte com a Sputnik V [...] e, a terceira e última parte, com uma dose de vacinas de RNA, como Pfizer e Moderna. Isso pode nos ajudar a entender se a segunda dose da ReiThera pode ser combinada com outro tipo de vacina", explicou Vaia.
O estudo da vacina Sputnik V pretende avaliar ainda a eficácia do imunizante contra as diferentes variantes da COVID-19 e será realizado sem voluntários, pois os pesquisadores usarão amostras de sangue de pacientes que tiveram contato com as cepas do novo coronavírus encontradas no Reino Unido, Brasil e África do Sul, segundo acrescentou Vaia, apontando que as amostras também serão enviadas a Moscou.
Em fevereiro, o INMI apresentou um parecer positivo ao Ministério da Saúde italiano sobre a eficácia e segurança da vacina russa Sputnik V. O chefe do instituto disse que o país enviará dois inspetores para visitar locais de produção da vacina na Rússia.
No sábado (20), o presidente da região italiana de Lazio, Nicola Zingaretti, disse que o INMI está pronto para iniciar os testes de laboratório da Sputnik V, assim que um acordo sobre o imunizante for alcançado. No dia anterior, o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, disse não descartar que, na ausência de coordenação na União Europeia (UE), o país encomendaria a vacina russa.
A Sputnik V já foi aprovada para uso em 54 países, incluindo na América Latina, como no Paraguai, na Argentina, no México, na Bolívia e na Venezuela. A revista médica Lancet, uma das mais respeitadas do mundo, publicou um estudo em fevereiro deste ano confirmando a eficácia da vacina em 91,6%.