O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, desembarcou na capital do Afeganistão no domingo (21), tornando-se o primeiro membro do gabinete do presidente democrata Joe Biden a colocar os pés no país que abriga a campanha mais longa da história dos EUA.
"É óbvio que o nível de violência continua muito alto no país […]. Gostaríamos muito de ver essa violência diminuir e acho que, se ela diminuir, pode começar a estabelecer as condições para um trabalho diplomático realmente frutífero", afirmou Austin antes de sua partida para Cabul, onde se encontrou com o presidente afegão Ashraf Ghani, informa o jornal The New York Times.
Os EUA devem retirar as forças norte-americanas do país em 1º de maio, data fixada em um acordo assinado pelo governo do republicano Donald Trump e pelo Talibã (organização terrorista na Rússia e em outros países) há mais de um ano.
I’m very grateful for my time with President @ashrafghani today. I came to Afghanistan to listen and learn. This visit has been very helpful for me, and it will inform my participation in the review we are undergoing here with @POTUS. pic.twitter.com/ZE39tXZqvg
— Secretary of Defense Lloyd J. Austin III (@SecDef) March 21, 2021
Sou muito grato por meu tempo com o presidente Ashraf Ghani hoje [domingo (21)]. Vim ao Afeganistão para ouvir e aprender. Esta visita foi muito útil para mim e informará minha participação na revisão que estamos fazendo aqui com o presidente dos EUA
A viagem do secretário de Defesa dos EUA a Cabul foi mantida em segredo e permaneceria confidencial até duas horas após sua partida, mas repórteres locais deram a notícia de sua visita depois que Austin se encontrou com o presidente afegão.
"Fizemos muito para trabalhar com as forças de segurança afegãs [...]. E não quero especular sobre o que pode ou não acontecer daqui para frente [...]. O que queremos é um fim responsável para este conflito", sublinhou Austin a repórteres em Cabul.
O presidente Joe Biden disse na quarta-feira (17) que seria "difícil" cumprir o prazo, ao enfatizar que os EUA estão fazendo consultas com seus aliados e ainda não há decisão sobre o assunto. Biden estaria ponderando a possibilidade de estender a permanência de suas forças até novembro de 2021, seis meses adicionais ao acordo fechado pelo seu antecessor.
Enquanto isso, o Talibã se manifestou na sexta-feira (19) contra a Casa Branca manter suas tropas além da data acordada. Atualmente, cerca de 3.500 soldados norte-americanos estão posicionados no Afeganistão.