"Quando os Estados Unidos saíram do JCPOA [Plano de Ação Conjunto Global] que agora estão tentando ressuscitar, eles não só deixaram de cumprir suas obrigações, como proibiram todos os outros países de implementar a resolução do Conselho de Segurança da ONU", disse o chanceler russo em entrevista à mídia chinesa, publicada no site oficial do Ministério das Relações Exteriores russo.
"No Ocidente, isto geralmente era entendido como: 'paciência, foi uma decisão dos EUA; claro que seria bom se eles continuassem cumprindo a resolução sobre o programa nuclear iraniano, mas esta é a realidade'", continuou Lavrov, adicionando que "isto não é a realidade, mas sim uma violação flagrante do direito internacional, uma demonstração da total incapacidade de negociar".
O ministro disse esperar que "agora a administração norte-americana, que expressou seu desejo de voltar ao acordo nuclear, cumpra sua intenção".
Em 2015, o Irã e um grupo de seis países (Estados Unidos, China, França, Rússia, Reino Unido e Alemanha), junto com a União Europeia, assinaram o Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), que previa limitações ao programa nuclear iraniano. O acordo não chegou a três anos de existência.
Um ano após a saída dos EUA, em 2019, o Irã anunciou a redução gradual de seus compromissos no âmbito do acordo, se recusando a restringir suas pesquisas nucleares e nível do enriquecimento de urânio.
No final de 2020, entrou em vigor a lei iraniana que lançou a produção de urânio enriquecido até a taxa de 20%, bem como a utilização das centrífugas mais potentes.