As autoridades búlgaras declararam dois diplomatas russos "personae non gratae" em conexão a "escândalo da espionagem", referiu a Embaixada da Rússia em Sófia, Bulgária.
"A investigação concluiu que dois cidadãos da Federação da Rússia conduziram atividades de inteligência sem controle, incompatíveis com as relações diplomáticas", disse a promotoria búlgara em uma declaração.
Os diplomatas russos receberam 72 horas para deixar o país.
A embaixada russa descreveu a expulsão dos representantes como infundada.
"Somos lamentavelmente obrigados a declarar que esta última diligência sem fundamento das autoridades búlgaras não contribuirá para a construção de um diálogo construtivo russo-búlgaro", mencionando também que Moscou se reserva o direito de responder.
Leonid Slutsky, diretor do Comitê Estatal da Duma Federal, câmara baixa do Parlamento russo, também criticou a decisão de Sófia, afirmando ser baseada em "mania de espionagem".
"A mania de espionagem está se intensificando na Bulgária. Este não é o primeiro caso de expulsão de diplomatas russos por razões rebuscadas em um período de tempo muito curto. Como em todas as outras situações, a Rússia, tenho certeza, responderá de forma recíproca", comentou, em referência a semelhantes passos em 2020.
"Ao mesmo tempo, não se pode deixar de notar que tais medidas complicam seriamente as relações bilaterais e incentivam do nada o desenvolvimento de tendências russofóbicas nas estruturas europeias."
Entenda o caso
Na última semana, o Ministério Público da Bulgária anunciou a detenção de seis pessoas relacionadas à segurança nacional que alegadamente "transmitiram dados confidenciais a outro Estado", incluindo documentos da OTAN encontrados na casa de Petr Petrov, coronel e vice-presidente do Departamento de Orçamento do Ministério da Defesa da Rússia. Um suspeito foi liberado sob fiança.
Incidentes semelhantes ocorreram em 2020, com Moscou apontando a falta de provas e respondendo da mesma forma.