Cientistas da Universidade de Yale, EUA, estimaram os locais em que poderiam habitar animais ainda não descobertos através de um mapa da vida na Terra, revela um comunicado da instituição.
Para isso, os ecologistas Mário Moura e Walter Jetz criaram um modelo que extrapola os locais em que espécies desconhecidas de vertebrados terrestres poderiam provavelmente existir hoje, com base em fatores biológicos, ambientais e sociológicos associados aos mais de 32.000 vertebrados terrestres já conhecidos pelos biólogos.
Mário Moura, coautor do estudo no laboratório de Jetz, que foi publicado na revista Nature Ecology & Evolution, e que é hoje professor na Universidade Federal da Paraíba, no Brasil, explicou que as chances de as espécies serem encontradas são muito variáveis, pois os animais grandes que vivem em amplas áreas geográficas são mais fáceis de descobrir, ao contrário de seres mais pequenos que habitam refúgios minúsculos ou inacessíveis.
Segundo o modelo criado pelos pesquisadores, os anfíbios e répteis são provavelmente os animais desconhecidos mais abundantes atualmente entre os vertebrados terrestres, particularmente nas florestas tropicais úmidas do Brasil, Colômbia, Indonésia e Madagáscar, que poderiam compor 25% de todas as espécies ainda desconhecidas.
Na opinião de Jetz, o atual esforço é necessário para catalogar a biodiversidade, pois muitas espécies estão desaparecendo antes mesmo de se tornarem conhecidas.
"Estimativas conservadoras sugerem que apenas 13 a 18% de todas as espécies vivas podem ser conhecidas neste momento, embora esse número possa ser tão baixo como 1,5%", estimaram os pesquisadores.
"Sem inclusão na tomada de decisões sobre conservação e compromissos internacionais, estas espécies [não descobertas] e suas funções podem ficar para sempre perdidas na ignorância."
Além da imagem fornecida pelos cientistas, eles também publicaram uma versão interativa do mapa de potenciais espécies ainda desconhecidas.