As medidas foram anunciadas nesta quarta-feira (24) pelo Escritório de Assuntos Globais do Canadá, que é o equivalente ao Ministério das Relações Exteriores.
"Marc Garneau, ministro das Relações Exteriores, anunciou hoje [24] novas sanções contra nove funcionários russos sob o regulamento de medidas econômicas especiais, em resposta às graves e sistemáticas violações dos direitos humanos na Rússia", disse o ministério em um comunicado.
A Rússia já anunciou que responderá às medidas restritivas canadenses. Logo após o anúncio das sanções, o porta-voz do governo russo Dmitry Peskov foi perguntado se Moscou vai tomar medidas de retaliação. "Tomaremos", afirmou Peskov.
No início de março, serviços de inteligência dos EUA acusaram o Serviço Federal de Segurança da Rússia de envenenar o oposicionista Aleksei Navalny. Como consequência, os EUA endureceram as limitações às exportações à Rússia e incluíram em sua lista de sanções nove institutos russos.
Em 17 de março, as sanções norte-americanas foram aumentadas, sob a alegação de que a Rússia faz uso de "armas químicas e biológicas".
As sanções dos EUA foram anunciadas logo após a União Europeia impor a proibição de viagens aos países do bloco e congelamento de ativos de pessoas físicas a pelo menos quatro autoridades russas.
Caso Navalny
Em 20 de agosto de 2020, o oposicionista russo Aleksei Navalny se sentiu mal durante um voo nacional na Rússia. Ao ser hospitalizado na cidade de Omsk, médicos locais levantaram inicialmente a hipótese de envenenamento, o que foi posteriormente descartado pelos exames médicos.
Logo em seguida, o opositor foi levado de avião para um hospital na capital alemã Berlim.
Análises, supostamente feitas com material biológico de Navalny, teriam indicado que o oposicionista foi vítima de envenenamento. Contudo, não foram apresentadas provas científicas a Moscou, apesar dos sucessivos pedidos da Rússia.
No dia 17 de janeiro, ao regressar a Moscou, Navalny foi detido e posteriormente condenado por infringir as condições de uma sentença contra ele de 2014. O oposicionista foi condenado a três anos e meio de prisão.