Conforme publicou a colunista Mônica Bergamo no jornal Folha de São Paulo, nesta quarta-feira (24), o presidente do Senado decidiu investigar Martins devido ao gesto ligado a supremacistas brancos dos Estados Unidos, listado como símbolo de ódio no país pela Liga Antidifamação (ADL, na sigla em inglês).
O incidente do gesto ocorreu durante uma sessão do Senado na qual Martins esteve presente acompanhando o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Ainda segundo a coluna, além da investigação, Pacheco quer a demissão imediata do assessor.
Nas redes sociais, o vídeo da transmissão oficial circulou amplamente, mostrando o momento em que Martins faz o gesto.
Grave: Em audiência no Senado com o chanceler Ernesto Araújo, o assessor internacional de Jair Bolsonaro (sem partido), Filipe Martins, achou razoável fazer gesto associado a supremacistas brancos ao redor do globo 🤨 pic.twitter.com/gCs8Xs8ZGW
— Jeff Nascimento (em 🏠) (@jnascim) March 24, 2021
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) reagiu à situação durante a sessão, da qual participou remotamente. Exaltado, Rodrigues pediu que a Polícia Legislativa retirasse Martins da sessão, afirmando que o que houve é "inadmissível".
🇧🇷 O senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP), líder da oposição, pediu a retirada imediata de Filipe Martins das dependências do Senado e que ele fosse autuado pela Polícia Legislativa.
— Eixo Político (@eixopolitico) March 24, 2021
"Não aceitamos que um capacho do sr. presidente venha aqui, ao Senado, nos desrespeitar", disse. pic.twitter.com/QliEFHFwjb
Mais tarde, após a repercussão do fato nas redes sociais, o assessor da Presidência ameaçou processar quem o acusa de ter feito um gesto supremacista, dizendo que apenas "estava ajeitando a lapela do terno".
Um aviso aos palhaços que desejam emplacar a tese de que eu, um judeu, sou simpático ao "supremacismo branco" porque em suas mentes doentias enxergaram um gesto autoritário numa imagem que me mostra ajeitando a lapela do meu terno: serão processados e responsabilizados; um a um.
— Filipe G. Martins (@filgmartin) March 24, 2021
Não é a primeira vez que Martins é acusado de extremismo. Em abril de 2019, o assessor do presidente Bolsonaro publicou um poema que também abria o manifesto de Brenton Tarrant, que em março daquele ano realizou um ataque terrorista em uma mesquita na Nova Zelândia matando 50 pessoas.
À época, Martins também negou as acusações, e afirmou que elas não passavam de "ativismo camuflado de jornalismo". O nome do poema continua ilustrando a conta do assessor de Bolsonaro no Twitter.