Pacheco afirmou que o trabalho do Itamaraty está "aquém do esperado" e cobrou mudanças no órgão. As declarações foram vistas como um recado para que o presidente Jair Bolsonaro demita Araújo.
"Muito além da personificação ou do exame sobre o trabalho específico de um chanceler, o que se tem que mudar é a política externa do Brasil. Evidentemente que ela precisa ser aprimorada, melhorada, as relações internacionais precisam ser mais presentes", disse Pacheco, segundo publicado pelo jornal O Globo.
O senador também afirmou que o Brasil precisa de "uma representatividade externa melhor do que tem hoje".
O atraso na chegada de insumos vindos da China para a fabricação de vacinas contra o coronavírus, por exemplo, foi interpretado por muitos como uma retaliação do país asiático às declarações e posturas da família Bolsonaro e Araújo. A demora acabou deixando o chanceler ainda mais pressionado, com diversos parlamentares pedindo sua saída do cargo.
'Tivemos muitos erros'
Pacheco disse nesta quinta-feira (25) que um dos "muitos erros" cometidos pelo governo federal durante a pandemia foi justamente as dificuldades diplomáticas com alguns países.
"Eu considero que nós tivemos muitos erros no enfrentamento dessa pandemia, um deles foi o não estabelecimento de uma relação diplomática de produtividade com diversos países que poderiam ser colaboradores nesse momento agudo de crise que nós temos no Brasil. Então, ainda está em tempo de mudar para salvar vidas", criticou.
Na quarta-feira (24), o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também criticou a política externa brasileira, sem citar o nome de Ernesto Araújo. Segundo a imprensa, os alertas do Congresso fizeram com que o Planalto iniciasse busca de um nome para substituir o atual chanceler.