O governo venezuelano advertiu na quarta-feira (24) que "qualquer tentativa de violação da integridade territorial" da Venezuela "terá reação contundente". O pronunciamento ocorre depois de uma alfândega, no estado limítrofe de Apure, ter sido atacada por grupos irregulares colombianos.
Por meio de nota, o Ministério das Relações Exteriores venezuelano também rejeitou as declarações do governo de Iván Duque que, após o ataque armado que culminou na morte de dois militares venezuelanos, expressou sua "suposta preocupação" com as operações de defesa do território realizadas pela Força Armada Nacional Bolivariana (FANB).
Nos últimos dias ocorreram pelo menos dois confrontos na zona fronteiriça com a Colômbia, devido ao fato de tropas da FANB tentarem conter as ações de grupos colombianos que tentam invadir.
#COMUNICADO | Venezuela rechaza las declaraciones de la Cancillería colombiana sobre una"supuesta preocupación" por las operaciones de la FANB en el edo Apure. Cualquier intento de violación a la integridad territorial de Venezuela tendrá una reacción contundente. pic.twitter.com/M8OhBkGKTe
— Jorge Arreaza M (@jaarreaza) March 24, 2021
A Venezuela rejeita as declarações da chancelaria colombiana a respeito de uma "suposta preocupação" com as operações da FANB no estado de Apure. Qualquer tentativa de violar a integridade territorial da Venezuela terá uma reação contundente.
"O abandono das fronteiras pelo Estado colombiano é um fato comprovado, outorgando mais do que o consentimento tácito às ações dos diversos grupos criminosos que atuam na área", diz o texto oficial divulgado por Caracas, que denuncia que essas organizações armadas agem contra a população civil ao atacar instalações de serviços elétricos, o fisco e a estatal petrolífera.
Acusações contra Duque e o Comando Sul dos EUA
Além dos acontecimentos desta semana, o governo venezuelano acusa o governo Duque de ter "instalado um corredor de atividades ilegais como tráfico de pessoas, exploração ilegal de minérios e narcotráfico", com o apoio do Comando Sul dos Estados Unidos e seu recém-criado grupo de elite de sete mil homens.
Para Caracas, o objetivo do "corredor" é financiar grupos armados contra a Venezuela. Por isso, frisou que a FANB manterá a sua atuação na zona de fronteira.
"Estas operações têm o apoio do povo venezuelano, que repudia as diferentes formas de violência derivadas de mais de 70 anos de guerra colombiana", acrescentou o comunicado.
A Venezuela reitera que "efetivamente garantirá a paz no território nacional" e repelirá qualquer tentativa de violação de sua integridade territorial, "convencional ou encoberta, por qualquer organização armada, regular ou irregular".