"Na última quarta-feira [24], um grupo de terroristas entrou em Palma e lançou ações que resultaram no assassinato covarde de dezenas de pessoas indefesas", afirmou em coletiva de imprensa o ministro da Defesa, Omar Saranga, citado pela AFP.
O número de vítimas dos confrontos ainda é incerto, mas sabe-se que há cidadãos estrangeiros entre elas. Há confirmação da morte de um cidadão sul-africano, segundo a agência.
No último sábado (27), jihadistas tomaram o controle de boa parte do território da cidade, localizada no nordeste do país, na província de Cabo Delgado, após um cerco de três dias que forçou a evacuação de milhares de pessoas para a capital da região, Pemba.
Cerca de 300 militantes, de acordo com o Estadão, teriam invadido a cidade, colocando em risco um projeto de gás natural liquefeito da empresa francesa Total, avaliado em dezenas de bilhões de dólares, junto com outras companhias.
Grupos armados atacaram nesta quarta-feira a cidade de Palma, no norte de Moçambique, o centro urbano mais próximo de empreendimentos do setor de gás no país, avaliados em US$ 60 bilhões (R$ 332 bilhões) https://t.co/LssI35xxXY
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) March 24, 2021
Além dos mortos, há relatos de dezenas de feridos e desaparecidos. Grupos de defesa dos direitos humanos relataram que os terroristas estariam atirando indiscriminadamente em civis nas ruas e também em suas casas.
Há expectativas de que novos grupos de refugiados cheguem a Pemba nesta segunda-feira (29). Autoridades do aeroporto da cidade disseram, segundo a AFP, que voos de ajuda humanitária foram suspensos para liberar o espaço para operações militares.
O ataque a Palma é o mais próximo até agora do projeto de gás ao longo de mais de três anos de insurgência islâmica no norte de Moçambique. Desde o final de 2017, extremistas têm invadido vilas e cidades da região, forçando cerca 700.000 pessoas a abandonar suas casas.