Antony Blinken, secretário de Estado norte-americano, disse que os EUA precisarão ser capazes de agir contra a China "a partir de uma posição de força", já que a relação bilateral se torna "cada vez mais antagónica".
"Há aspectos cada vez mais antagónicos no relacionamento, há certamente aspectos competitivos", disse no domingo (28) Blinken, falando à emissora CNN.
O diplomata sugeriu que "lidar com" os desafios colocados pela China exigirá que os EUA desenvolvam uma abordagem abrangente em coordenação com seus aliados.
Na entrevista, Blinken também abordou as relações dos EUA com a Rússia, dizendo que Washington está perto de concluir sua análise das supostas "atividades malignas" russas, e que faria Moscou pagar por isso.
"Vimos em toda parte estes diferentes exemplos da agressão russa [...] E o presidente [dos EUA, Joe Biden] foi muito claro de que haverá consequências para estes atos. Estamos no processo de completar as análises do ataque cibernético através do SolarWinds contra nós, a interferência na eleição [presidencial dos EUA de 2020], o uso de uma arma química para tentar assassinar [o blogueiro opositor] Aleksei Navalny, nós já falamos e agimos quanto a isso, as recompensas relativas às forças dos EUA no Afeganistão."
"Haverá custos e consequências. E acho que você também já viu, e o que ouvi aqui na OTAN foi uma preocupação compartilhada sobre as ações da Rússia em geral, e um compromisso compartilhado de os enfrentarmos juntos", disse ele.
A Rússia tem repetidamente negado as alegações feitas pelos EUA, citando a falta de provas concretas.
O secretário de Estado dos EUA também abordou a questão do gasoduto Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2), que conecta a Rússia com a Alemanha, alertando que os EUA haviam explicado sua posição a seus aliados alemães, e estava pronto para aplicar novas sanções ao projeto, mas em resposta a uma pergunta disse que cabe aos países construtores aplicar ações de resistência ao projeto.
Blinken sublinhou ainda que não só no caso da Rússia, mas também da China, a coordenação com os aliados tornaria as ações dos EUA contra esses países mais eficazes.