Os EUA devem voltar ao acordo nuclear e suspender as sanções, não há outro caminho, anunciou na terça-feira (30) Ali Rabia, porta-voz do governo iraniano.
"A cada dia que passa, o atraso na suspensão das sanções contra o Irã não só diminui as chances de restaurar o Plano de Ação Conjunto Global [JCPOA, na sigla em inglês, ou acordo nuclear iraniano] como a principal e última forma de resolver a controvérsia, mas também os afasta [os EUA] da perspectiva de ter melhores relações com o Irã", indica o portal de notícias do governo iraniano.
A declaração indica que os EUA "não têm outro caminho racional a não ser voltarem ao acordo nuclear e suspenderem completamente as sanções".
História do acordo nuclear
O JCPOA foi assinado em 2015 pelo Reino Unido, Alemanha, China, Rússia, EUA, França e Irã, prevendo a suspensão das sanções ao país persa em troca da limitação do programa nuclear do Irã como garantia de que Teerã não obteria armas nucleares. No entanto, em maio de 2018, os EUA, sob a administração de Donald Trump (2017-2021), anunciaram a sua retirada unilateral do acordo e o restabelecimento de duras sanções contra Teerã.
Como resultado, o Irã anunciou que deixaria gradualmente de cumprir os seus próprios compromissos, deixando de observar as restrições à pesquisa nuclear, instalação de centrífugas e níveis de enriquecimento de urânio.
No início desta semana, o jornal Politico relatou, citando fontes, que a administração do presidente Joe Biden planeja apresentar uma nova proposta ao Irã sobre a situação em torno do JCPOA.
Segundo a mídia, a nova proposta envolve a suspensão de certas atividades nucleares, tais como a utilização de centrífugas avançadas e o enriquecimento de urânio a 20%, em troca de Washington aliviar as sanções econômicas.