Recentemente, veio à tona um relatório detalhando que o presidente norte-americano, Joe Biden, estaria apresentando uma nova proposta para restabelecer as negociações com o Irã, antes que as eleições iranianas adiem as negociações por vários meses.
Um alto funcionário iraniano não identificado revelou à Press TV nesta segunda-feira (29), que o Irã estaria disposto a interromper seu enriquecimento de urânio a 20% "somente se os EUA suspenderem todas as sanções" que foram impostas pelo governo do ex-presidente Donald Trump, e mantidas em vigor pelo atual presidente.
"O governo Biden está perdendo tempo e, se não suspender as sanções em breve, o Irã dará os próximos passos, que serão mais uma redução" de seus compromissos com o acordo nuclear, disse o funcionário.
Em janeiro, o parlamento iraniano enalteceu o fato de um de seus cientistas ter produzido 17 quilos de urânio enriquecido em menos de um mês em sua instalação nuclear de Fordow. Isso excederia o cronograma da suposta meta de produção do país: 120 quilos de urânio enriquecido a 20% por ano.
Os comentários do alto funcionário vieram em resposta à informação divulgada também na segunda-feira (29) no Politico, de que os EUA estariam tentando fazer uma nova proposta exigindo que o Irã abrande as suas atividades nucleares em troca do alívio das sanções americanas.
A proposta, que não foi confirmada pela administração Biden, deve solicitar que o Irã cesse o uso de centrífugas avançadas e reduza o enriquecimento de urânio a 20%, entre outros esforços.
Outro alto funcionário do governo Biden não deu detalhes sobre as conversas que levaram à proposta, mas insiste que os EUA estão "prontos para buscar um retorno mútuo ao acordo [com o Irã]".
Shahrokh Nazemi, o chefe de imprensa da missão do Irã nas Nações Unidas, respondeu à revelação do Politico indicando que o acordo "não precisa de uma proposta específica" e que os EUA é que precisam cumprir os compromissos do acordo de 2015. Já que, segundo ele, as sanções impostas ao Irã colocaram o país em situações desafiadoras ao longo dos anos.
Mahmoud Jarafi, o vice-chefe da Organização de Energia Atômica do Irã, disse que se nada for feito quanto às sanções [dos EUA], o país poderá até mesmo ser forçado a parar de trabalhar na primeira unidade de Bushehr, uma usina que opera como parte de um programa nuclear conjunto entre o Irã e a Rússia.
Moscou defendeu o uso de energia nuclear para fins civis no Irã, mas as sanções dos EUA mergulharam o país em uma crise econômica. O Irã afirma há muito que seu programa nuclear foi criado para fins pacíficos e não para a fabricação de bombas.
Pleased to welcome my Chinese friend & counterpart, FM Wang Yi, to Tehran.
— Javad Zarif (@JZarif) March 27, 2021
Excellent exchange on expansion of global, regional and bilateral cooperation in the context of our comprehensive strategic partnership, culminated in the signing of a historic 25-year strategic roadmap. pic.twitter.com/ebMfxGyFHv
É um prazer dar as boas-vindas ao meu amigo e homólogo chinês, FM Wang Yi, a Teerã. Excelente intercâmbio sobre a expansão da cooperação global, regional e bilateral no contexto de nossa parceria estratégica abrangente, culminando na assinatura de um roteiro estratégico histórico de 25 anos.
A suposta proposta do governo Biden deve ser apresentada esta semana. Enquanto isso, o Irã se mantém irredutível no uso de energia nuclear e recentemente fez um acordo de investimento com a China que certamente causará reação dos EUA. O que preocupa os especialistas é a falta de laços diplomáticos entre os dois países que pode ser um dos maiores obstáculos para se chegar às negociações.