São eles: general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira (Exército), almirante de esquadra Almir Garnier Santos (Marinha) e o tenente-brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista Jr. (Aeronáutica).
Para o cientista político Ricardo Ismael, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), a opção do governo Bolsonaro apazigua a crise entre os militares e o Palácio do Planalto.
"Diante da tensão desse nomes, em uma repercussão negativa com a substituição do general Fernando Azevedo e Silva, eu diria que a substituição dos três chefes das Forças Armadas joga água na fervura no caso", afirmou à Sputnik Brasil.
No dia anterior, terça-feira (30), o Ministério da Defesa anunciou que os comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica seriam substituídos. Esta havia sido a primeira vez, pelo menos desde 1985, que os comandantes das três Forças deixaram o cargo ao mesmo tempo sem ser em período de troca de governo.
Na segunda-feira (29), Bolsonaro demitiu o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, nomeando para seu lugar o também general Walter Braga Netto, que ocupava a Casa Civil.
Em protesto, os comandantes de Exército, Marinha e Aeronáutica se reuniram e teriam colocado o cargo à disposição. Em antecipação, o governo acabou demitindo os três por conta própria.
Ricardo Ismael destacou a opção do governo federal de respeitar o critério da antiguidade na escolha dos novos comandantes.
"É uma tradição das Forças Armadas e esse aspecto é positivo porque não vai causar nenhum tipo de nova reação ou uma insatisfação na caserna", disse.
Desde o início da pandemia, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), vem direcionando ataques ao presidente Jair Bolsonaro visando a disputa eleitoral do ano que vem https://t.co/69brWw5jis
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) March 31, 2021
O cientista político também comentou sobre o pronunciamento do ministro Braga Netto, que destacou o papel das Forças Armadas no combate à COVID-19 no Brasil.
"O general Braga Netto fala muito da necessidade de começar a olhar para os problemas do país, da questão da pandemia e o papel que as Forças Armadas podem desempenhar nesse momento. Ele procurou fazer um discurso tentando focar naquilo que hoje é fundamental que é o enfrentamento da pandemia", analisou Ismael.
O ministro da Defesa também aproveitou para destacar a missão das Forças Armadas e garantiu que os militares "se mantêm fiéis às suas missões constitucionais".
Segundo Ricardo Ismael, a fala de Braga Netto afasta a possibilidade de que estivesse havendo um movimento golpista por parte do presidente Jair Bolsonaro.
"Não vejo a possibilidade de um golpe como um dado de realidade, não tem respaldo nas Forças Armadas, não tem respaldo nas instituições como STF, Congresso Nacional e muito menos na sociedade. Não vejo isso como uma possibilidade no desdobramento da substituição do ministro da Defesa. O ministro Braga Netto tem um perfil mais conciliador, mais pacificador", completou o cientista político.