As empresas chinesas Huawei e ZTE devem ser impedidas de instalar equipamento nas redes de telecomunicações dos EUA, disse Brendan Carr, membro da Comissão Federal de Comunicações (FCC, na sigla em inglês) dos EUA, citado na terça-feira (30) pela agência Reuters.
Carr pediu para fechar a "lacuna gritante [...] Não faz sentido permitir que exatamente esse mesmo equipamento seja comprado e inserido em nossa rede de comunicação, desde que não estejam envolvidos dólares federais", instou, em referência à possibilidade de as operadoras obterem equipamentos chineses através de fundos privados.
Jessica Rosenworcel, presidente interina da FCC, também defende a ideia, e a organização já está tomando passos nesse sentido, informou um porta-voz da FCC.
Brendan Carr referiu o alegado genocídio de minorias étnicas pela China na região autônoma Uigur de Xinjiang, dizendo que o uso de trabalho forçado também deveria ser um impedimento para empresas entrarem no país norte-americano.
A própria Huawei reagiu, denunciando que "a extensão do processo de avaliação e aprovação da FCC para proibir equipamentos já credenciados pela FCC é equivocado e dispendioso para as empresas americanas" e que bloquear material pelo local de montagem é "discriminatório e não fará nada para proteger a integridade das redes de comunicação ou cadeias de fornecimento dos EUA."
Em 12 de março, a reguladora norte-americana designou cinco empresas chinesas, entre elas a Huawei e ZTE, como ameaças à segurança nacional de Washington. Antes disso, em dezembro de 2020, a FCC publicou regras obrigando operadoras dos EUA a substituir equipamento dessas duas empresas, com os legisladores aprovando US$ 1,9 bilhão (R$ 10,97 bilhões) para financiar aparelhos substitutos.