"Em 31 de março de 2021, a agência verificou na fábrica de enriquecimento de combustível que: o Irã começou o suprimento de UF6 natural à quarta cascata de 174 centrífugas IR-2m", diz relatório da AIEA divulgado nesta quarta-feira (31), referindo-se à instalação subterrânea de enriquecimento de combustível e ao hexafluoreto de urânio, composto usado no enriquecimento do urânio.
Ele também nota que o Irã instalou mais duas cascatas de centrífugas IR-2m, mas não as envolveu em enriquecimento.
O acordo JCPOA foi celebrado em 2015 pelo Reino Unido, Alemanha, China, Rússia, EUA, França e Irã para o cancelamento das sanções contra a nação persa em troca da restrição do programa nuclear iraniano, mas não chegou a três anos de existência. Em 2018, a administração norte-americana de Donald Trump anunciou sua saída unilateral do JCPOA, alegando violação do acordo nuclear por parte do Irã, apesar de inspeções internacionais confirmarem o cumprimento por parte deste país, e o retorno à política de "pressão máxima" contra o Irã.
Um ano depois, o Irã anunciou a redução gradual de seus compromissos no âmbito do acordo, se recusando a restringir pesquisas nucleares, centrífugas e nível do enriquecimento de urânio. No final de 2020, entrou em vigor a lei iraniana que lançou a produção de urânio enriquecido até 20%, bem como a utilização de centrífugas mais potentes e a rejeição das investigações da AIEA, por causa das sanções impostas à nação persa.
Em 10 de março, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, confirmou que os EUA não tencionavam cancelar as sanções ao Irã até que o país volte completamente aos compromissos do acordo. Por sua vez, o chanceler iraniano, Javad Zarif, anunciou que Teerã está pronto para voltar ao acordo após os Estados Unidos se juntarem a este e cancelarem todas as sanções.