Em entrevista ao programa O É da Coisa, do jornalista Reinaldo Azevedo, Lula afirmou que a legenda "trabalha com aliança" e, "se for preciso", poderá caminhar ao centro para vencer o pleito.
"O PT é um partido grande. E o PT trabalha com aliança. Tenho certeza que a gente vai construir alianças com setores de esquerda. E tenho certeza que, se for preciso chegar ao centro para ganhar as eleições, a gente vai procurar", afirmou o ex-presidente.
O petista acrescentou ainda que não tem problemas em se relacionar com todos os setores da sociedade e da política.
"Eu fui presidente da República. Eu convivi com toda essa gente", disse o petista.
Vacina e auxílio
Apesar disso, Lula afirmou que não será necessariamente o candidato do PT nas eleições do ano que vem. O ex-presidente criticou o governo Bolsonaro e argumentou que, por enquanto, é preciso discutir soluções para o Brasil e apressar a vacinação.
“Neste ano de 2021 não quero discutir 2022. Este ano é ano de todos nós que temos responsabilidade fazermos um esforço para que este país tenha vacina para todo mundo, que é a única garantia que vamos ter. Precisamos ter auxílio emergencial para o trabalhador poder ficar em casa e comer. Precisamos de auxílio para o microempreendedor poder continuar existindo", ponderou.
Manifesto
O petista comentou sobre o manifesto a favor da democracia assinado por Ciro Gomes (PDT), Eduardo Leite (PSDB), João Amoêdo (Novo), João Doria (PSDB), Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Luciano Huck (sem partido).
"Aprovo qualquer manifesto que defenda a democracia. Mas todos eles tiveram a chance de deixar a democracia garantida e votar no Haddad [na eleição de 2018]. Mas preferiram votar em Bolsonaro", disse o ex-presidente. "O Ciro foi para Paris", completou Lula.
Na semana passada, em reunião com as bancadas do PT do Senado e da Câmara, Lula defendeu uma frente ampla entre a esquerda e o centro. Segundo ele, não pode existir uma frente ampla só com partidos de esquerda.