Na quarta-feira (31), após publicação do Relatório Anual de Direitos Humanos 2020 do Departamento de Estado dos EUA, no qual há referência sobre a questão Israel-Cisjordânia, o porta-voz do departamento, Ned Price, confirmou que o governo norte-americano vê o controle de Israel sobre a região como sendo, de fato, uma "ocupação", segundo o The Jerusalem Post.
"É um fato histórico que Israel ocupou a Cisjordânia, Faixa de Gaza e as Colinas de Golã depois da guerra de 1967. O Relatório de Direitos Humanos de 2020 usa o termo 'ocupação' no contexto da situação atual da Cisjordânia sim, e esta tem sido a posição de longa data das administrações anteriores de ambos os partidos ao longo de muitas décadas", disse o porta-voz em coletiva de imprensa citado pela mídia.
Entretanto, o documento divulgado na terça-feira (30), manteve Jerusalém como sendo a capital de Israel, assim como a soberania israelense sobre as Colinas de Golã.
Israel argumenta que a Cisjordânia não atende ao padrão de território ocupado por ter capturado a área da Jordânia, cuja soberania em 1967 não foi reconhecida legalmente, e assim, ela própria foi considerada como ocupante.
As Nações Unidas afirmam que os assentamentos israelenses são ilegais e que a Cisjordânia é território palestino ocupado.
O governo Biden ainda não esclareceu sua posição sobre os acordos, embora se presuma que apoie uma solução de dois Estados por declarações anteriormente feitas, segundo a mídia.
Price também respondeu a outro repórter sobre os assentamentos israelenses, ao ser questionado se o governo norte-americano os via como sendo ilegais a partir do momento que a região é entendida como ocupada. Em resposta diplomática, o porta-voz disse que a posição dos EUA não mudou.
"Nós - como vocês me ouviram dizer antes - continuamos a encorajar ambos os lados para evitarem ações que colocariam a solução de dois Estados ainda mais fora de alcance. Mais uma vez, nosso objetivo final aqui é facilitar - ajudar a concretizar - uma solução de dois Estados, porque é o melhor caminho para preservar a identidade de Israel como um Estado judeu e democrático, enquanto confere aos palestinos suas aspirações legítimas de soberania e dignidade em um Estado próprio", disse Price citado pela mídia.
No dia 7 de março, o ministro israelense de Assuntos Comunitários e de Assentamentos, Tzachi Hanegbi, declarou a possibilidade de Israel anexar partes da Cisjordânia, ampliando sua administração em regiões da Judeia e Samaria.