Com Lula e Dilma Rousseff entre os signatários, um grupo de ex-presidentes, diplomatas, e congressistas da América Latina, emitiu uma declaração de repúdio aos comentários do secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro.
Almagro fez críticas sobre a situação política na Bolívia, e a OEA emitiu uma nota se dizendo preocupada com "abusos judiciais" e sugerindo que os mecanismos da Justiça boliviana se tornaram "instrumentos de repressão do governo".
Na declaração, escreve o jornal O Globo, as liderança afirmam que Luis Almagro promoveu uma "intromissão em assuntos internos" da Bolívia, citando, como exemplo, a criação de uma comissão internacional para investigar denúncias de corrupção e para reformar o sistema judicial.
A nota de repúdio chama os fatos que aconteceram na Bolívia de "golpe de Estado", acusando o Luis Almagro de participação direta nos eventos. Os signatários pedem que os países que integram a OEA rechacem "esse tipo de ações que prejudicam a democracia da América Latina e Caribe".
Entre os signatários estão os ex-presidentes do Brasil Luís Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff; do Uruguai, Pepe Mujica; do Equador, Rafael Correa; de Honduras, Manuel Zelaya; além do ex-presidente boliviano Evo Morales. Ainda assinam ex-chanceleres, como Celso Amorim e do Nobel da Paz argentino, Adolfo Pérez Esquivel.
O comunicado da OEA sobre a Bolívia
Luis Almagro não se pronunciou sobre a declaração de repúdio. O comunicado criticado pelos líderes da América Latina foi emitido no dia 15 de março, dois dias depois da prisão da ex-presidente interina Jeanine Áñez.
O documento aponta que "o sistema judicial boliviano não está em condições de prover as mínimas garantias de um julgamento justo, com imparcialidade e lisura do processo, devido a problemas de estrutura e integração".
Almagro também defende a criação de uma comissão internacional, no âmbito da ONU ou da OEA, para investigar casos de corrupção desde o último governo de Evo Morales.