Um novo comboio dos EUA, cheio de equipamento logístico e munições, foi localizado na sexta-feira (2) movendo-se em direção a uma base militar norte-americana dentro do campo de petróleo de Kuniko, no sudeste da província de Deir ez-Zor, Síria, reporta a Agência de Notícias Árabe Síria (SANA, na sigla em inglês), que cita fontes locais.
A suposta entrega de suprimentos militares ocorre em meio à presença contínua de tropas norte-americanas em solo sírio, sem um mandato da Organização das Nações Unidas (ONU) ou permissão das autoridades em Damasco. As Forças Armadas dos EUA estão principalmente posicionadas nas partes ricas em petróleo do país árabe, atualmente sob o controle de milícias curdas aliadas a Washington.
Petróleo sírio
A Casa Branca afirma que suas tropas permanecem no país, apesar dos protestos veementes de Damasco, para proteger os locais de petróleo de serem recapturados por terroristas. O governo sírio, no entanto, insiste que os EUA estão simplesmente roubando os recursos naturais do país.
O ministro do Petróleo e Recursos Minerais da Síria, Bassam Tomeh, afirma que as forças de Washington controlam 90% da capacidade de produção de petróleo do país e, em meados de março, suas ações resultaram em US$ 92 bilhões (aproximadamente R$ 525 bilhões) em danos ao setor petrolífero sírio.
Nesta semana, o vice-chanceler da Rússia, Sergei Vershinin, afirmou que "continuam chegando relatos de que comboios norte-americanos transportam diariamente da Síria para o Iraque petróleo e grãos".
De acordo com o diplomata russo, com base nas informações recebidas, somente de 1º de março até 23 de março, mais de 300 caminhões-cisterna e mais de 200 caminhões com grãos cruzaram a fronteira sírio-iraquiana.
Presença dos EUA na Síria
Durante sua presidência, o republicano Donald Trump (2017-2021) admitiu aberta e repetidamente que "as únicas forças" que os EUA tinham na Síria estavam lá para "levar o petróleo". A mídia síria tem relatado que a política de contrabando de petróleo continua com a administração do democrata Joe Biden, que assumiu a presidência em janeiro.
O Pentágono justifica o posicionamento das forças dos EUA na Síria para garantir a "derrota duradoura" do Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em outros países), formalmente vencido pelas forças sírias e iraquianas até 2017, com Washington continuando a usar a suposta ameaça de reaparecimento do grupo como justificativa para sua presença contínua em ambos os países.