Em debate virtual sobre a reforma administrativa organizado pela Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), o pedetista lembrou de Cristina Kirchner, que, em sua visão, deu um "passo para trás" para ser vice de Alberto Fernández na Argentina em vez de encabeçar a chapa eleitoral.
Ciro citou ainda o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e o ex-presidente da Bolívia Evo Morales como exemplos "desastrados" de tentativa de se manter no poder.
"A gente devia pedir generosidade a quem já teve oportunidade, como o Lula, que é uma grande liderança brasileira. Mas a gente devia pedir a ele que se compenetrasse e não imitasse o exemplo desastrado do [Nicolás] Maduro na Venezuela ou do Evo Morales na Bolívia. E olhasse o que a Cristina Kirchner fez na Argentina, em que, tendo uma força grande, deu um passo pra trás e ajudou a Argentina a se reconciliar", afirmou.
Para ele, as eleições de 2022 não podem ser centradas em uma agenda que reproduza a "lógica do ódio". O pedetista acredita que uma eventual disputa entre Lula e o presidente Jair Bolsonaro levará o país a uma polarização ainda maior.
"Derrotar Bolsonaro é muito importante, não por ódio a ele, mas para derrotar o desastre que ele está produzindo, na saúde, na economia, na relação internacional, que o Brasil está desmoralizado. Mas a segunda grande tarefa, mais difícil e que pede uma grande reconciliação entre todos nós, é botar algo no lugar nesse ambiente de terra arrasada em que nós estamos", disse.
Ciro afirmou ainda que "a direita brasileira vai largar o Bolsonaro ao mar" para buscar um novo nome para apoiar: "Vão tentar se reciclar aí com uma carinha qualquer e vão fazer propaganda. E isso o Brasil não aguenta mais".