O primeiro-ministro britânico Boris Johnson prometeu seu apoio "inabalável" ao governo da Ucrânia em meio a tensões com a Rússia e afirmou que o Reino Unido está pronto para dar uma ajuda a Kiev projetando e construindo navios de guerra, reporta o tabloide Express.
A conversa telefônica entre o presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, e o primeiro-ministro britânico ocorreu na segunda-feira (5). Os líderes discutiram a programação do diálogo político bilateral para este ano. O Presidente da Ucrânia convidou Boris Johnson para participar da cúpula inaugural da Plataforma da Crimeia, que acontecerá em Kiev em 23 de agosto de 2021.
Russia's recent actions pose a serious challenge to the security of 🇺🇦, @NATO members and the entire Europe. Thanked @BorisJohnson in a ☎️ conversation for continued support. We feel that 🇺🇦 is not alone. We are supported by the G7 countries. The NATO MAP is a top priority for 🇺🇦 pic.twitter.com/ocTpIhO7Od
— Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) April 5, 2021
As ações recentes da Rússia representam um sério desafio à segurança da Ucrânia, membros da OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte] e toda a Europa. Agradeci a Boris Johnson durante conversa telefônica o suporte contínuo. Sentimos que Ucrânia não está sozinho. Temos o apoio dos países do G7. O Plano de Ação para membros da OTAN é uma prioridade para a Ucrânia
Construção de navios
Quando Zelensky visitou o Reino Unido em outubro de 2020, um memorando de intenções foi assinado com o Ministério da Defesa britânico para garantir um empréstimo de £ 1,25 bilhão (aproximadamente R$ 9,67 bilhões) de dez anos, com o Reino Unido concordando em fornecer equipamento militar como parte disso e um projeto conjunto para criar pequenos navios de guerra foi lançado.
Os dois primeiros navios seriam construídos no Reino Unido e os seis navios restantes seriam concluídos na Ucrânia.
"A Ucrânia tem uma estratégia bastante clara para o desenvolvimento da Marinha até 2035, que, a propósito, foi desenvolvida em conjunto com os EUA e o Reino Unido. Essa frota vai proibir o acesso ao mar. Em outras palavras, irá dissuadir e fornecer defesa contra a frota do mar Negro da Rússia, evitando a violação da integridade territorial da Ucrânia. E estes serão pequenos navios de alta velocidade armados com canhões e mísseis que podem operar nas águas rasas do mar de Azov, bem como no Mar Negro", afirmou recentemente comodoro Tim Woods, adido militar britânico na Ucrânia.
De acordo com Woods, o Reino Unido está trabalhando atualmente com duas grandes empresas britânicas, estudando qual projeto se encaixa melhor nas especificações dos barcos com mísseis. Finalizada essa fase, a construção do navio principal terá início supostamente no início de 2022 e os oito barcos devem ser concluídos até 2024.
Nesse ínterim, de acordo com a mídia, Kiev aceitou a doação de dois navios de 33 metros da Guarda Costeira dos EUA e lançou um programa para comprar novos navios, incluindo 20 lanchas blindadas da classe Gyurza-M construídas localmente e vários barcos-patrulha americanos MK VI.
Aumento das tensões com Moscou
Ultimamente a região de Donbass tem vivido tensões com a Ucrânia. Autoridades da região têm denunciado que Kiev quer provocar uma escalada do conflito na região, ao passo que reportam maior presença de tropas ucranianas ao longo das fronteiras.
A Rússia, por sua vez, espera que os países ocidentais exijam da Ucrânia o cumprimento dos acordos de Minsk.
"Kiev passou de crítica dos limites políticos de regulamentação da crise em Donbass para ameaças de ações militares, e espero que [...] eles [capitais europeias] exijam do senhor Zelensky que cumpra os acordos de Minsk ao máximo", declarou o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov esta semana.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse, comentando o assunto, que a segurança dos cidadãos russos, incluindo os que vivem em Donbass, é uma prioridade incondicional do presidente da Rússia, Vladimir Putin:
"Sem dúvidas, a segurança dos cidadãos russos, o destino deles, são uma prioridade incondicional do Estado russo e do presidente Putin pessoalmente."