Os EUA colocaram na lista negra sete empresas chinesas de computação por seus alegados "esforços desestabilizadores de modernização militar", anunciou o Departamento de Comércio norte-americano nesta quinta-feira (8).
"O Escritório de Indústria e Segurança [BIS, na sigla em inglês] do Departamento de Comércio [dos EUA] adicionou sete entidades de computação chinesas à lista de entidades por conduzir atividades que são contrárias à segurança nacional ou aos interesses da política externa dos EUA", lê-se no comunicado, citado pela agência Reuters.
O Departamento de Comércio dos EUA acrescenta que "essas entidades estão envolvidas na construção de supercomputadores usados pelos atores militares da China, [e para] seus esforços desestabilizadores de modernização militar e/ou programas de armas de destruição em massa (ADM, na sigla em inglês)".
Em março, os EUA estabeleceram uma política relacionada à China na qual o país asiático foi apelidado de "o único competidor potencialmente capaz de combinar seu poder econômico, diplomático, militar e tecnológico para estabelecer um desafio sustentado a um sistema estável e internacional".
A China pediu repetidamente o restabelecimento do diálogo, desde que Washington abandone suas políticas de sanções e enfatizou que Pequim nunca se intrometeu nos assuntos internos dos EUA.
Sanções da administração Trump
Em janeiro, o então presidente dos EUA, o republicano Donald Trump, assinou uma ordem que fortalece a proibição de investimentos norte-americanos em empresas ligadas a militares chineses. A decisão alargava o âmbito de uma ordem executiva anterior de novembro de 2020, que, primeiramente, apenas restringia investidores norte-americanos de comprarem títulos nessas empresas após novembro de 2021.
Em dezembro de 2020, os EUA designaram 45 empresas russas e 58 chinesas como entidades estrangeiras com laços militares, restringindo exportações, reexportações e transferências com as mesmas.
Também em janeiro, uma das maiores fabricantes globais de smartphones, a gigante chinesa Xiaomi apresentou uma queixa no Tribunal do Distrito de Columbia, EUA, contra o Departamento do Tesouro e o Pentágono, exigindo que fosse retirada da lista negra e afirmando que a decisão de colocá-la na lista foi "ilegal e inconstitucional". Xiaomi insiste que não tem conexão com o Exército de Libertação Popular (ELP) da China, apontando uma "quantidade substancial" de cidadãos americanos que têm grandes participações na empresa.