Os EUA estão prontos para suspender parcialmente as sanções anteriormente impostas ao Irã de maneira a retomar o cumprimento do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), ou acordo nuclear, disse Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, em uma coletiva de imprensa na quarta-feira (7).
"Estamos preparados para tomar as medidas necessárias para retornar ao cumprimento do JCPOA, inclusive suspendendo as sanções inconsistentes com o JCPOA", disse ele aos repórteres, mas afirmou não ter autoridade para referir que sanções Washington poderá suspender e quando isso ocorrerá.
O porta-voz observou que os Estados Unidos são a favor de uma fórmula de "conformidade por conformidade", e que não haveria gestos unilaterais.
Ao mesmo tempo, apesar de o diálogo ter sido "construtivo" e "de negócios" até agora, ele alertou para a existência de um "longo caminho pela frente" nas negociações. O porta-voz se recusou também a falar da possibilidade de pôr fim às sanções não relacionadas com o programa nuclear de Teerã, apontando que Washington e aliados "responsabilizariam" o Irã por supostas "violações dos direitos humanos, seu apoio ao terrorismo, seu programa de mísseis balísticos".
Acordo conturbado
Na terça-feira (6) em Viena, Áustria, começaram negociações entre o grupo de países P5+1 que assinaram o JCPOA em 2015: China, França, Rússia, Reino Unido, EUA e Alemanha.
Donald Trump, ex-presidente dos EUA (2017-2021), retirou unilateralmente os EUA do acordo em 2018 e impôs duras sanções econômicas a Teerã, alegando que a República Islâmica havia violado o acordo, algo que o Irã nega.
Por sua vez, o país persa começou a abandonar gradualmente seus compromissos com o JCPOA em 2019. No entanto, a nova administração norte-americana do presidente Joe Biden tem sinalizado maior abertura e desejo de um compromisso político com o Irã.