O Iraque em breve não precisará mais da presença da coalizão militar internacional, e será capaz de combater o terrorismo por si só, disse na quarta-feira (7) Mustafa al-Kadhimi, primeiro-ministro do país.
"Um crescimento significativo do potencial de nossos serviços de segurança e a natureza mutável da ameaça terrorista em todo o mundo proporcionaram nos últimos meses o terreno para a retirada de cerca de 60% das forças da coalizão internacional do Iraque [...]. Isto permite que o Iraque passe para o estágio em que não há mais necessidade da presença de tropas estrangeiras", disse o líder do país árabe em uma declaração recebida pela Sputnik.
Al-Kadhimi disse que a Força-Tarefa Conjunta Combinada — Operação Resolução Inerente (CJTF-OIR, na sigla em inglês), a coalizão internacional antiterrorista liderada por Washington, atualmente destacada no Iraque, poderá então se limitar a funções consultivas, de apoio logístico e de compartilhamento de inteligência, até que o Iraque ganhe total capacidade de autossuficiência também nessas áreas.
As próximas consultas EUA-Iraque tratarão de uma ampla gama de questões além da presença militar estrangeira, tais como cooperação em política, economia, saúde e cultura, de acordo com a declaração do primeiro-ministro.
Durante a terceira rodada do Diálogo Estratégico, Bagdá e Washington também decidiram sobre a presença das tropas estranteiras, concordando que não haverá bases militares estrangeiras no território do país do Oriente Médio, disse na quarta-feira (7).
"As partes concordaram que não haveria bases militares [estrangeiras] no Iraque", disse Qassem al-Araji, conselheiro de Segurança Nacional do primeiro-ministro do Iraque, em uma entrevista coletiva após a reunião, avaliando os diálogos como bem-sucedidos.
As duas reuniões anteriores foram realizadas em junho e agosto de 2020.
EUA no Oriente Médio
Em agosto de 2020, as duas partes concordaram em retirar todas as tropas estrangeiras do Iraque dentro de três anos. Em outubro desse ano foi formado um grupo de coordenação para estabelecer um calendário para a retirada.
A questão da retirada das forças estrangeiras do Iraque foi levantada pelo parlamento iraquiano no início de 2020, quando os EUA mataram em um ataque aéreo Qassem Soleimani, o comandante sênior da Força Quds do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês) iraniano perto do aeroporto de Bagdá, sem informar o lado iraquiano.
Os legisladores iraquianos votaram depois a favor de uma resolução não vinculante exigindo uma retirada total de tropas estrangeiras. Desde então, os EUA entregaram uma série de instalações militares de volta ao Iraque, incluindo bases aéreas e quartéis-generais do Exército.