A declaração de exigência veio da embaixadora Linda Thomas-Greenfield, durante uma reunião do Conselho de Segurança.
"Os militares precisam sentir o custo associado a suas ações terríveis. A estabilidade e prosperidade da região dependem de uma ação rápida. Os militares ignoraram nossas condenações, impondo um teste para o Conselho de Segurança. O Conselho reclamará da linguagem em outra declaração ou agiremos para salvar a vida do povo birmanês?" disse a embaixadora, usando o antigo nome de Mianmar, Birmânia.
Thomas-Greenfield informou também que os militares mianmarenses rejeitaram o pedido de visita da enviada especial da ONU Christine Schraner Burgener, que chegou à Tailândia na sexta-feira (9) em esforço na tentativa de acalmar a situação em Mianmar.
"Devemos insistir para que as autoridades militares permitam que a enviada especial da ONU visite a Birmânia [Mianmar] sem pré-condições. [...] Hoje ela nos disse que sua visita foi rejeitada. Ela precisa de acesso irrestrito a ativistas da sociedade civil e líderes pró-democracia, incluindo a conselheira de Estado Aung San Suu Kyi, bem como o presidente Win Myint", disse Thomas-Greenfield, citada pela AFP.
Protestos em Mianmar
Mianmar tem sido palco de protestos quase diários desde que os militares derrubaram o governo eleito de Aung San Suu Kyi, em 1º de fevereiro, e instalaram um governo liderado por generais. Suu Kyi e outros membros da Liga Nacional para a Democracia estão detidos.
Mais de 600 pessoas foram mortas pela repressão militar nas manifestações ocorridas no país, de acordo as Nações Unidas. Burgener já alertou para a possibilidade de eclosão de uma guerra civil no país.