Cientistas chineses a bordo de uma embarcação de pesquisa marinha utilizaram o sistema de perfuração de fabricação nacional Sea Bull II (Touro do Mar II), capaz de perfurar até 2.060 metros de profundidade e obter sedimentos de cerca de 231 metros, reporta a agência Reuters.
Este sistema é útil na procura de recursos de hidratos de gás natural no leito marinho, referidos como cristais idênticos a gelo resultantes de uma mistura de metano e água, e vistos como uma fonte de energia promissora.
Até agora, segundo a mídia, ainda não é claro onde ocorreu a perfuração chinesa no mar do Sul da China, apesar de Pequim reclamar cerca de 90% do mar como suas águas territoriais. No entanto, Malásia, Filipinas, Taiwan, Vietnã e Brunei também reclamam partes do mar em questão como seus territórios marítimos.
As tensões advindas de explorações marítimas no mar do Sul da China por Pequim já são recorrentes desde pelo menos 2014, quando a Corporação Nacional de Petróleo Offshore da China (CNOOC, na sigla em inglês) executou uma perfuração profunda em águas reclamadas pelo Vietnã.
Atualmente, as tensões seguem escalando vertiginosamente, especialmente com a presença da Marinha norte-americana na região que, por sua vez, se mantém do lado de Taiwan, uma nação insular que Pequim também caracteriza como parte de seu território.
Na quinta-feira (8), Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, e Teodoro Locsin, secretário de Relações Exteriores das Filipinas, discutiram suas preocupações relacionadas às atividades chinesas no mar do Sul da China. No entanto, Blinken reafirmou que o Tratado de Defesa Mútua entre EUA e Filipinas também se aplica à região disputada em questão, informa a agência.
Manila teme que a atitude de Pequim possa resultar em "hostilidades indesejadas", especialmente após a recente estadia de mais de 200 embarcações chinesas perto do recife de Whitsun – também em área disputada – apesar de Pequim ter afirmado que as mesmas apenas estariam no local se refugiando do mau tempo.
No entanto, também na quinta-feira (8), conforme relata a agência Bloomberg, Pequim enviou embarcações militares para perseguir um navio civil que estava transportando uma equipe de notícias filipina.
A emissora filipina ABS-CBN acusou a Marinha do Exército de Libertação Popular (ELP) da China de ter enviado duas embarcações militares portadoras de mísseis para desviar a embarcação filipina dos recifes perto da província de Palawan. Trata-se da primeira vez que navios militares chineses foram registrados se movendo contra embarcações civis.
Segundo a mídia, a embarcação com a equipe de notícias filipina foi perseguida por cerca de uma hora. O porta-voz do Departamento de Defesa Nacional das Filipinas, Arsenio Andolong, diz estar preocupado com a segurança em mar de qualquer civil que não esteja armado. Contudo, o departamento já direcionou as Forças Armadas para investigar o sucedido, e "o resultado será utilizado para coordenar qualquer ação apropriada", afirmou Andolong, citado pela mídia norte-americana.