A Força Aérea Real (RAF, na sigla em inglês) e outros aviões da coalizão realizaram no mês passado um dos maiores ataques aéreos contra o grupo armado terrorista Daesh (proibido na Rússia e em outros países) em dois anos. A missão teve duração de 10 dias, atacou até 100 esconderijos em cavernas no Iraque e provavelmente causou dezenas de mortes não contabilizadas.
Os ataques foram concluídos em 22 de março, informou o Ministério da Defesa britânico. As forças britânicas e de outras nações estão lutando contra cerca de 10 mil membros do Daesh que operam na Síria e no Iraque, quase sete anos após o início da guerra contra o grupo terrorista.
O comandante da aviação Simon Strasdin, que lidera os ataques aéreos do Reino Unido, disse ao The Guardian que "não poderia dar um cronograma exato" para o fim da longa guerra, mas insistiu que seria "possível vencer se os iraquianos conseguirem estabilizar seu país".
O Iraque está envolvido em um conflito quase contínuo desde a invasão de 2003 pelos EUA, Reino Unido e outras forças internacionais, uma situação que se desenvolveu ainda mais com o surgimento do grupo terrorista no país e na vizinha Síria por volta de 2013. O comandante prevê ainda que o Reino Unido siga envolvido em operações durante 2021.
O número exato de vítimas na última operação é desconhecido, mas, de acordo com Strasdin, foram cerca de 50 a 100 alvos todas as noites por cerca de 10 dias.
De acordo com a RAF, os combatentes do Daesh têm se escondido na área remota das montanhas Makhmur, região entre a zona de controle do governo do Iraque no sul e o norte governado pelos curdos, em cavernas de calcário modificadas. Por serem próximos de áreas de moradia de civis, os ataques aos complexos de cavernas levaram meses de planejamento, já que as forças da coalizão procuraram primeiro encontrar e depois localizar os esconderijos.
Desde que Reino Unido se juntou aos EUA e dezenas de outros países no ataque aéreo ao grupo terrorista, houve uma trégua em um ponto entre o final de 2019 e o início de 2020. Mas os ataques mais recentes da RAF mostram que o conflito está longe de terminar, mesmo quando os envolvidos argumentam que o fim da guerra segue relativamente próximo.
A RAF usou caças Typhoon durante a operação, visando as cavernas com bombas Paveway, e usou mísseis de cruzeiro Storm Shadow pela primeira vez em dois anos. Mais recentemente, no último domingo (4), um drone Reaper da RAF atingiu a Síria pela primeira vez em quase dois anos, visando membros do grupo terrorista.