A partir de hoje (12), o Brasil terá duas campanhas de vacinação em massa em andamento no país. Em paralelo à imunização contra a COVID-19, o Ministério da Saúde volta suas atenções para os perigos do vírus influenza, cuja campanha deve se estender até 9 de julho.
A pasta espera que 79,7 milhões de pessoas sejam vacinadas contra gripe. Entre os objetivos da imunização, o governo quer impedir que o sistema de saúde seja ainda mais sobrecarregado com a doença. A Sputnik Brasil conversou com dois especialistas para entender as principais indicações com relação ao uso de ambas vacinas.
Tanto o médico Gustavo Magalhães, infectologista e professor da Faculdade de Medicina da UERJ, quanto Isabela Ballalai, imunologista e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, fizeram o mesmo alerta: a vacina do influenza não possui efeito contra a COVID-19.
Intervalo entre uma vacina e outra
Uma das principais dúvidas com relação à chegada da imunização contra o influenza é o intervalo de espera entre as doses do vírus da gripe e o da COVID-19. O infectologista Gustavo Magalhães explicou que "as vacinas da COVID-19 são muito seguras, mas, por serem muito novas, estamos monitorando possíveis eventos adversos".
A médica Isabela Ballalai partilha deste entendimento. Ela destacou os perigos do vírus da gripe, e reafirmou que o recomendado entre as duas doses é um intervalo mínimo de 14 dias. Em seguida, ela fez um alerta: "Se o intervalo entre a influenza e sua próxima dose da COVID-19 for menor que 14 dias, o ideal é priorizar a COVID-19".
Gustavo Magalhães ainda acrescentou que, "aqueles que forem se vacinar contra a gripe entre uma e outra dose da vacina contra a COVID-19, a gente tem que pensar na vacina da CoronaVac que tem um intervalo de 28 dias. Aplica a primeira dose da CoronaVac no dia 1º, no dia 14, a da gripe, e no dia 28, a segunda dose do imunizante contra a COVID-19.
Vacina da COVID-19 contra gripe?
Ambos os médicos explicaram que a vacina da gripe não tem efeito protetor contra a COVID-19. "Ela nos protege apenas contra o vírus influenza", disse Gustavo Magalhães, cuja afirmação foi correspondida pela avaliação de Isabela Ballalai: "Não há evidências que nos permitam recomendar a influenza contra a COVID-19. Não da para esperar da influenza uma proteção contra o coronavírus".
A médica ainda fez um alerta: "Quem ainda não tem data para se vacinar contra a COVID-19, faz logo a influenza".
O vírus influenza também pode ser letal ao afetar o sistema respiratório, principalmente com a chegada do outono, quando há queda de temperatura e os casos tendem a aumentar.