Na análise, os pesquisadores observaram que os efeitos da doença em pacientes reincidentes foram mais graves do que na primeira vez, inclusive quando se tratava da mesma variante.
O estudo, coordenado pelo cientista Thiago Moreno, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), será publicado na revista norte-americana Emerging Infectious Disease, que pertence aos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês).
A pesquisa envolveu ainda cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do Instituto D’Or de Ensino e Pesquisa (Idor) e da empresa chinesa MGI Tech Co.
No estudo, os pesquisadores acompanharam um grupo de 30 pessoas de março de 2020, no início da pandemia, até o fim do ano passado.
Dessas, quatro tiveram a doença duas vezes. Por sequenciamento genético, eles detectaram as duas infecções.
Todas tiveram casos leves na primeira ocasião e sintomas mais frequentes e mais graves na segunda, mesmo não sendo necessária a hospitalização.
"Casos assintomáticos ou muito brandos, se forem reexpostos ao vírus, poderão ter novamente uma infecção. Desta vez, pode ser que o quadro se agrave e que essa infecção seja mais severa do que a primeira, como demonstrado na pesquisa. Por isso, o alerta à população sobre a imunidade para o coronavírus. Em alguns casos, as respostas imunes podem ser fortes num primeiro momento, mas não significa que elas sejam duradouras", afirmou o cientista Thiago Moreno.