Na terça-feira (13), o FBI começou a invadir centenas de computadores vulneráveis de empresas norte-americanas para remover malware (programa malicioso que danifica ou rouba dados de dispositivos) de suas máquinas, segundo comunicado do Departamento de Justiça dos EUA.
A ação acontece depois que a Microsoft acusou hackers chineses de realizarem um ataque cibernético massivo e sofisticado no seu serviço de e-mail, Microsoft Exchange, em março. A empresa alegou que um "ator de ameaça patrocinado pelo Estado" conhecido como "Hafnium" havia explorado várias falhas de segurança no software do Exchange para roubar dados e plantar malware a partir de janeiro de 2021.
Com a operação ainda em andamento, o Departamento de Justiça disse que estava "comprometido em desempenhar seu papel integral e necessário em tais esforços".
"A remoção autorizada pelo tribunal nesta terça-feira [13] de malware dos computadores demonstra o compromisso do Departamento de Justiça para interromper a atividade de hackers usando todas as nossas ferramentas legais, não apenas os processos", disse o procurador-geral, John C. Demers, da Divisão de Segurança Nacional do Departamento de Justiça no comunicado.
A China rejeitou as alegações, com o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Wang Wenbin, dizendo que Pequim "se opõe firmemente e combate os ataques e roubos cibernéticos de todas as formas", e alertou que culpar qualquer nação sem fornecer evidências é uma "questão política altamente sensível".
Autoridades dos Estados Unidos e a Microsoft afirmaram que os danos causados pela grande falha de segurança permitiram que os hackers se infiltrassem nos servidores de pelo menos 30 mil organizações norte-americanas.
Segundo o comunicado, mesmo com as remoções feitas pelo Departamento de Justiça, os computadores afetados ainda estariam vulneráveis a malware no futuro, a menos que seus proprietários tomem medidas para protegê-los. Sendo assim, o FBI estaria "tentando" notificar todos os proprietários.