Na sexta-feira (16), a Comissão de Consumidores e Concorrência da Austrália (ACCC, na sigla em inglês) afirmou que o tribunal descobriu que o Google enganou seus consumidores ao dizer que podia apenas recolher informações do histórico de localização instalado em dispositivos entre janeiro de 2017 e dezembro de 2018.
"Esta é uma vitória importante para os consumidores, especialmente para as pessoas preocupadas com sua privacidade on-line, já que a decisão do tribunal envia uma mensagem forte para o Google e outros que as grandes empresas não devem enganar seus clientes", declarou o presidente da ACCC, Rod Sims.
No caso, foi apurado que uma configuração para controlar a atividade da Internet e aplicativos do dispositivo, quando ligada, também permitia ao Google coletar, armazenar e usar dados, sendo a mesma ativada em todos os dispositivos por predefinição, de acordo com a ACCC.
Além disso, os usuários não foram informados de que se desativassem o histórico de localização, mas deixassem a configuração "Atividade da Internet e Aplicativo" ativada, permitiria ao Google continuar a coletar dados, segundo o tribunal australiano.
A entidade reguladora disse que procuraria aplicar uma multa de "muitos milhões", mas não especificou o montante.
Um porta-voz do Google afirmou que, enquanto o tribunal rejeitou muitas reivindicações da ACCC, a empresa discordou das conclusões restantes e está observando suas opções.
O gigante da tecnologia está envolvido em processos judiciais na Austrália nos últimos meses, dado que o governo do país aprovou a lei que obriga o Google e o Facebook a pagarem às empresas de mídia pelo conteúdo em suas plataformas.