Cientistas revelam que 'geleira do Juízo Final' pode estar derretendo mais rápido do que se pensava

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Geleira (imagem referencial) - Sputnik Brasil, 1920, 16.04.2021
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Há razões para pensar que o glaciar Thwaites, na Antártica, conhecido como o glaciar do "Dia do Juízo Final", pode estar se derretendo mais rápido do que os cientistas tinham estimado até agora.

Os resultados do estudo foram publicados na revista Science Advances.

Um robô submarino sem tripulação, batizado de Ran, explorou o subsolo da geleira sob a plataforma de gelo, e mediu a temperatura, a força, a salinidade e o teor de oxigênio das correntes oceânicas. Os cientistas criaram um mapa das correntes e estudaram quais carregavam águas quentes, e encontraram correntes sobre as quais nada sabiam até agora.

"Alguns canais de água quente que acessam e atacam o Thwaites não eram conhecidos por nós antes da pesquisa. Usando sondas de um navio, junto com os mapas oceânicos de altíssima resolução fornecidos por Ran, foi possível detectar que há caminhos distintos que a água segue, dentro e fora da cavidade da plataforma de gelo, influenciados pela geometria do fundo oceânico", comentou Alastair Graham, da Universidade do Sul de Florida, nos EUA.

Segundo seus cálculos, a água leva 0,8 terawatt de calor ao glaciar, o que faz com que 75 quilômetros cúbicos de gelo se derretam a cada ano. Os pesquisadores também manifestaram sua preocupação pelo fato de que a água quente se aproxima dos pontos de apoio da geleira. Isso pode provocar sua destruição e, portanto, o derretimento acelerado do gelo. Devido a sua localização e forma, o Thwaites é particularmente sensível às correntes oceânicas quentes e salgadas que estão abrindo caminho debaixo da enorme massa de gelo.

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Cientistas revelam que 'geleira do Juízo Final' pode estar derretendo mais rápido do que se pensava - Sputnik Brasil, 1920, 16.04.2021
Geleira Thwaites

As variações em salinidade, temperatura e a taxa de oxigênio indicam que debaixo do glaciar há uma área ativa, antes desconhecida, onde diferentes massas de água se encontram e se misturam entre si, o que é importante para compreender os processos de fusão em suas bases, comentaram os especialistas.

Os pesquisadores ressaltaram que a capa de gelo da Antártica Ocidental representa aproximadamente 10% da atual taxa de aumento do nível do mar. Por outro lado, o gelo dessa região tem o maior potencial para aumentar a taxa indicada, precisamente porque as mudanças climáticas mais rápidas em todo o mundo ocorrem no glaciar Thwaites.

"A notícia boa é que agora, pela primeira vez, estamos recolhendo os dados necessários para modelar a dinâmica do glaciar Thwaites. Estes dados nos ajudarão a calcular melhor o derretimento do gelo no futuro. Com ajuda da nova tecnologia, podemos melhorar os modelos e reduzir a grande incerteza que prevalece agora em torno das variações globais do nível do mar", disse Anna Wahlin, professora de oceanografia da Universidade de Gotemburgo, na Suécia.

Em 2019, os cientistas informaram que o glaciar, que tem quase o tamanho do Reino Unido, tinha acelerado a perda de massa nos últimos 20 anos, e avisaram que seu colapso provocaria o aumento do nível do mar em, pelo menos, 65 centímetros.

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