Vizcarra foi condenado pelo Congresso pelos crimes de negociação incompatível, uso indevido do cargo, conluio, corrupção passiva indevida e declaração falsa em processo administrativo.
"Foi aprovada a Resolução Legislativa do Congresso pela qual o ex-presidente da República, Martín Alberto Vizcarra Cornejo, está inabilitado por dez anos do exercício de função pública, por ter incorrido em violação do artigo segundo, parágrafo segundo, bem como artigos sétimo, nono, 38º, 39º e 118º, inciso um, da Constituição do Peru", indicou a presidente do órgão legislativo, Mirtha Vásquez, após encerrada a votação em plenário.
Foram 86 votos a favor da inabilitação do ex-presidente, zero contra e zero abstenções. Os parlamentares expressaram sua decisão de forma virtual devido à pandemia do novo coronavírus.
Em outubro de 2020, o ex-chefe de Estado, sua esposa e seu irmão foram imunizados contra a COVID-19 de maneira antecipada e irregular. Vizcarra e a família receberam doses destinadas aos ensaios clínicos do laboratório chinês Sinopharm.
O escândalo foi divulgado pela imprensa peruana em janeiro deste ano.
Dois meses antes, em 9 de novembro do ano passado, Vizcarra sofreu um processo de impeachment, que não teve relação com a vacinação secreta.
O ex-presidente foi destituído - no segundo julgamento de impedimento em menos de dois meses - sob acusação de ter recebido propina quando era governador em 2014.
Apesar disso, no último dia 11 de abril, Vizcarra foi eleito deputado federal para o período de 2021 a 2026 nas eleições gerais. Agora, porém, com a inabilitação, ele não poderá assumir o cargo.