O Conselho Regulador de Energia Atômica cingalês afirmou que o navio MV BBC Naples foi convidado a sair do país insular depois que foi encontrado no porto de Hambantota, no sul da ilha e perto das principais rotas marítimas do oceano Índico, na terça-feira (20) carregando hexafluoreto de urânio.
"O navio não declarou sua carga perigosa, hexafluoreto de urânio, e decidimos ordenar que ele deixasse nossas águas imediatamente", disse o diretor-geral do Conselho Regulador de Energia Atômica do Sri Lanka, Anil Ranjith, à agência AFP.
Ranjith afirmou que é uma ofensa entrar em um porto sem declarar o material, que é usado enriquecer urânio, combustível para usinas nucleares e armas.
Proveniente de Roterdã, Países Baixos, as autoridades cingalesas não informaram qual era o destino do MV BBC Naples na China.
Investigação sobre o caso
O líder da oposição do Sri Lanka, Sajith Premadasa, exigiu uma investigação sobre o incidente, descrevendo-o como uma séria ameaça à segurança da ilha.
"A Marinha não teve permissão para embarcar no navio para fazer uma inspeção", garantiu Premadasa.
Não houve nenhum comentário imediato do governo.
O porto de Hambantota foi alugado para a China em 2017 por 99 anos, depois que o governo cingalês foi incapaz de reembolsar US$ 1,4 milhão (aproximadamente R$ 7,8 milhões) que havia sido emprestado por Pequim para construí-lo.
A entrada de dois submarinos chineses em Colombo, Sri Lanka, em 2014 irritou a vizinha Índia, a outra potência regional que está competindo com Pequim pela influência no oceano Índico. Desde então, o Sri Lanka não permite visitas de submarinos chineses.