"Vamos controlar estritamente os projetos de geração de energia a carvão", disse Xi em seu discurso por videoconferência. "Limitaremos estritamente o aumento no consumo de carvão durante o 14º período do plano de cinco anos [2021-2025] e vamos reduzi-lo no 15º período do plano de cinco anos [2026-2030]", acrescentou.
Com isso, o anúncio de Xi implica que o consumo de carvão da China, de longe o mais alto do mundo, atingirá um pico em 2025, e começará a cair depois disso.
Chinese President Xi Jinping delivers a speech at the Leaders Summit on Climate via video link from Beijing, at the invitation of U.S. President Joe Biden. #EarthDay https://t.co/eG6TBycGMm
— China Xinhua News (@XHNews) April 22, 2021
O presidente chinês Xi Jinping faz seu discurso na Cúpula de Líderes sobre o Clima através de videoconferência em Pequim, após convite do presidente dos EUA Joe Biden.
No ano passado, Xi afirmou que a China levaria suas emissões ao máximo antes de 2030, e tornaria a sua economia neutra em carbono até 2060.
"A China se comprometeu a passar do pico de carbono para a neutralidade de carbono em um período de tempo muito menor do que o necessário para muitos países desenvolvidos, e isso requer esforços extraordinariamente árduos da China", disse na época o presidente chinês.
A agência reguladora de energia da China assinalou mais cedo nesta quinta-feira (22) que pretende reduzir a participação do carvão em sua matriz energética para menos de 56% ainda este ano. O país asiático, no entanto, é o único entre as maiores economias do mundo a aprovar novos projetos de geração de energia a carvão.
China defende que países desenvolvidos ajudem os mais pobres a fazer transição energética
Além de prometer reduzir o uso de carvão em sua matriz energética, Xi também reiterou em seu discurso os pedidos da China para que os países industrializados ajudem as nações mais pobres a fazer a transição para o desenvolvimento sustentável e de baixo carbono.
Segundo o presidente chinês, os países desenvolvidos e os em desenvolvimento devem ter responsabilidades diferentes no combate às mudanças climáticas globais.
"Precisamos aderir ao princípio da responsabilidade 'compartilhada, mas diferenciada', que é o pilar do combate global às mudanças climáticas. Precisamos reconhecer plenamente as contribuições dos países em desenvolvimento para lidar com as mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, levar em consideração as suas dificuldades e preocupações especiais. Os países desenvolvidos precisam mostrar ações e ambições maiores e ajudar os países em desenvolvimento a acelerarem sua transição para o desenvolvimento verde e de baixo carbono", afirmou o líder chinês.
Além disso, Xi assinalou que a China está disposta a trabalhar com a comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos, para o enfrentamento global das mudanças climáticas.