O presidente dos EUA, Joe Biden, convidou seu colega brasileiro Jair Bolsonaro a se juntar a outros líderes mundiais, entre os quais Vladimir Putin e Xi Jinping, na cúpula do clima nesta quinta-feira (22). No total, 40 chefes de Estado e de governo participaram do evento de forma virtual.
Em seu discurso, o presidente Jair Bolsonaro prometeu reduzir em "quase 50%" as emissões de gases estufa até 2030, estabelecendo também nova previsão para zerar as emissões até 2050. A nova meta antecipa em dez anos a sinalização anterior.
A ambientalista e ativista do movimento Fridays for Future (também conhecido como Juventude pelo Clima), Renata Padilha, em entrevista à Sputnik Brasil, afirmou que as promessas feitas por Bolsonaro não convenceram a comunidade internacional sobre as intenções do governo brasileiro.
"Nós sabíamos que poderíamos contar com promessas vazias e fake news. E foi isso que ele nos deu", disse a ambientalista Renata Padilha.
Ao comentar a parte do discurso de Bolsonaro em que ele promente fortalecer os órgãos ambientais, a ativista lembrou que importantes institutos para a preservação das florestas brasileiras, citando o ICMBio como exemplo, vêm sendo sucateados desde que o atual governo assumiu o poder.
"Além disso, ele [Bolsonaro] fala sobre acabar com desmatamento ilegal, enquanto, na verdade, o que vem acontecendo é que mês após mês o desmatamento ilegal vem aumentando e, inclusive, com diversos desmontes de leis ambientais para a preservação de nossas florestas", afirmou a ambientalista.
Ao comentar se a imagem do presidente Jair Bolsonaro muda diante da comunidade internacional após a participação da Cúpula do Clima, Renata Padilha foi categórica: "Nem um pouco".
De acordo com ela, Bolsonaro só conseguiria ter chance de convencer as lideranças políticas internacionais sobre o seu compromisso se fosse implementada uma "ruptura clara e visível" no programa político ambiental do presidente, o que, para Padilha, não está no horizonte do governo.
"As promessas de reduzir as emissões de fases de efeito estufa e de acabar com o desmatamento ilegal foram promessas vazias. Novamente o presidente do Brasil chega em uma reunião internacional com mentiras e promessas vazias, o que já é esperado, infelizmente, pela comunidade internacional", afirmou.
"Hoje a imagem de Jair Bolsonaro mudou um pouco com o seu discurso, mas mudou para pior, porque antes a gente tinha alguns líderes que tinham alguma certa desconfiança em fazer alguns acordos e fazer alguns investimesno, eu acho que esse outros 39 líderes que estavam na Cúpula do Clima puderam ter certeza de que Bolsonaro não é confiável", completou Renata Padilha.