Na quarta-feira (21), o ex-secretário de Estado, Mike Pompeo, se uniu com seus companheiros republicanos da Câmara para revelar e promover a Lei de Pressão Máxima. A lei é uma legislação do Partido Republicano que busca promulgar mais sanções ao Irã, enquanto restringe a capacidade do presidente, Joe Biden, de reverter as restrições punitivas a Teerã.
"Os Estados Unidos, nosso aliado Israel e o mundo estão mais seguros porque a política de pressão máxima do presidente Trump e as sanções esmagadoras negaram aos iranianos os recursos de que precisavam para apoiar a construção de uma arma nuclear ou o terrorismo em todo o mundo", disse Pompeo durante coletiva em frente ao Capitólio em Washington.
Membros do Comitê de Estudos Republicanos, uma bancada conservadora do Partido Republicano liderada pelo deputado Jim Banks, anunciaram planos para apresentar a legislação de 118 páginas relacionada ao programa nuclear do Irã com o apoio de 83 republicanos da Câmara.
A legislação proposta também incorporaria medidas que exigem que qualquer novo acordo com Teerã fosse ratificado pelo Senado dos EUA. Além disso, estenderia sanções ao programa de mísseis balísticos do Irã, ao Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês), às milícias apoiadas pelo país persa em outras partes do Oriente Médio e a uma série de indústrias iranianas.
"Este projeto fará três coisas: mostrar que o Congresso não está vinculado a acordos do presidente [Joe Biden] que pretende falar em nosso nome; codifica a estratégia de pressão máxima do governo Trump até que Teerã atenda às demandas [...] e expande as sanções bipartidárias existentes ao Irã impostas pelo Congresso, tornando-as mais duras [...]", disse Jim Banks, na entrevista coletiva.
O fato é que há duas correntes de pensamento sobre qual caminho os EUA devem tomar para resolver o grande impasse com o Irã sobre o acordo nuclear.
De um lado, majoritariamente composto por republicanos, acredita-se que endurecer as sanções existentes e até mesmo promover novas seria o único meio de impedir que o país persa desenvolva armas nucleares, pois não teria orçamento em caixa para tal. Do outro lado, mais composto por democratas e por autoridades que estão, de fato, na linha de frente das negociações, como o secretário de Estado atual, Antony Blinken, a diplomacia e, talvez, a suspensão de algumas sanções seriam o melhor caminho.
Também na quarta-feira (21), o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, declarou que há sinais de progresso nas negociações indiretas com o Irã em Viena, mas que a desconfiança mútua persiste, adicionando que o diálogo está avançando de forma construtiva, mas "nada de concreto se materializou".