O ministro Marcelo Queiroga informou na quarta-feira (21) que espera vacinar contra a COVID-19 mais de 77 milhões de pessoas dos grupos prioritários até setembro. O Ministério da Saúde afirma que todas as pessoas que se encaixam nos critérios de prioridade devem receber a primeira dose até a primeira quinzena de julho.
O prazo para concluir a vacinação é setembro, segundo a pasta, porque o intervalo entre as doses da vacina de Oxford e AstraZeneca é de até três meses. Para saber se é possível atingir esta meta, a Sputnik Brasil conversou com o médico Gustavo Magalhães, infectologista e professor da UERJ.
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O especialista explicou que acredita no prazo estabelecido [pelo ministro Marcelo Queiroga] para o mês de setembro envolvendo a vacinação dos grupos prioritários. "Faz sentido terminar o prazo do grupo prioritário em setembro", comentou.
Gustavo Magalhães ainda disse que o calendário de vacinação está em andamento constante, e disse que o prazo precisou ser estendido "porque o Brasil vacina muito devagar". Ele comparou o país com outros, como EUA, Reino Unido e Israel, cujas campanhas de vacinação estão em patamares avançados.
"Considero que esse prazo teve que ser estendido porque estamos em uma velocidade muito lenta comparado a outros países. O ritmo do Brasil é lento, e por isso que o prazo precisou ser estendido".
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'General Pazuello, um otimista'
A nova data para a conclusão da vacinação das pessoas dos grupos prioritários revela um erro na última previsão feita pelo ex-ministro Eduardo Pazuello. Em 15 de março, no dia em que a sua substituição foi anunciada, ele disse que era provável o fim da vacinação dos grupos prioritários ainda em maio.
Sobre este "erro", Queiroga culpa a conjuntura internacional e diz que houve demora na entrega de doses do consórcio COVAX Facility, liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ele também citou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em sua justificativa: "O Ministério da Saúde não vai colocar vacinas que não foram aprovadas pela Anvisa", disse Queiroga.
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Questionado sobre a falha na previsão de Eduardo Pazuello, Gustavo Magalhães entende que "o general Pazuello estava otimista". "Ele tinha boas intenções, mas a realidade foi vista com o tempo: nós não tínhamos vacina tão rápido. E o Brasil não conseguiu adquirir vacinas para isso", explicou.
Imunização completa
Gustavo Magalhães também falou sobre a possibilidade do Brasil conseguir vacinar 100% de sua população com mais de 16 anos.
Para ele, "não vacinaremos toda população até dezembro. Não acho que a gente consiga. Acho possível chegarmos a um índice de 60% da população vacinada no mês do Natal".
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