Cientistas registraram a maior erupção já documentada em Proxima Centauri, a estrela mais próxima do Sol e uma das estrelas de massa baixa mais bem estudadas. A descoberta pode ajudar a delinear linhas de pesquisa na busca por vida além do Sistema Solar. Os resultados foram publicados na quarta-feira (21) na revista científica The Astrophysical Journal Letters.
"A estrela passou de normal para 14.000 vezes mais brilhante quando vista em comprimentos de onda ultravioleta ao longo de alguns segundos […]. Esses sinais milimétricos podem ajudar os pesquisadores a reunir mais informações sobre como as estrelas geram chamas", afirma Meredith MacGregor, principal autora do estudo, ao portal Sci-News.
A equipe de astrônomos observou a estrela por 40 horas utilizando diversos telescópios, entre eles o radiotelescópio australiano ASKAP, o telescópio ALMA, que fica no Atacama, no Chile, e o Telescópio Espacial Hubble, da agência espacial norte-americana NASA e da Agência Europeia Espacial (ESA, na sigla em inglês).
O fenômeno ocorreu em 1° de maio de 2019, durou apenas sete segundos e é o mais brilhante já detectado nos comprimentos de onda ultravioleta.
Estrela mais próxima do Sol
Proxima Centauri, o menor membro do sistema Alpha Centauri, é uma estrela localizada a 4.244 anos-luz de distância, na constelação Centauro. O raio dela é apenas 14% do raio do Sol e possui uma massa de cerca de 12% da massa do Sol. Proxima Centauri é cerca de mil vezes menos luminoso que o Sol, o que mesmo a curta distância a torna invisível a olho nu.
"Proxima Centauri é uma anã vermelha, o nome de uma classe de estrelas que são incomumente pequenas e fracas […]. Muitos dos exoplanetas que encontramos até agora estão em torno desses tipos de estrelas […]. Mas o problema é que eles são muito mais ativos do que o nosso Sol. Eles brilham com muito mais frequência e intensidade", comenta MacGregor.
Erupções ocorrem no Sol apenas algumas vezes durante o ciclo solar, que acontece a cada 11 anos. No entanto, essas explosões são comuns na Proxima Centauri.
"Os planetas de Proxima Centauri estão sendo atingidos por algo assim não uma vezem um século, mas pelo menos uma vez por dia, senão várias vezes por dia", garante a cientista.
MacGregor conclui afirmando que "provavelmente haverá tipos ainda mais estranhos de chamas que demonstram diferentes tipos de física que não tínhamos pensado antes".