Nesta quinta-feira (22), o Ministério das Relações Exteriores da China instou a Austrália a revogar o acordo que rompeu na quarta-feira (21) entre o estado da Victoria e a China na iniciativa Um Cinturão, Uma Rota. O governo chinês afirmou que "responderá de forma dura", segundo o South China Morning Post.
"A China apresentou rígidas considerações ao lado australiano, pedindo-lhe que revogue a decisão, ou fará com que revidemos de maneira dura. Expressamos forte insatisfação e firme oposição a isso, e nos reservamos ao direito de responder", disse o porta-voz do ministério chinês, Wang Wenbin, citado pela mídia.
Wang também rejeitou o fato de que os acordos seriam uma nova política externa da Austrália "não visando nenhum país" e acredita que Camberra apresenta uma postura que não condiz com uma real intenção em desenvolver laços bilaterais, como já expressou outras vezes, segundo o Global Times.
"A Austrália diz que quer abrir cooperação com a China e aumentar nosso diálogo de alto nível, mas diz uma coisa e faz outra. Eles revisaram recentemente mais de 1.000 negócios e decidiram revogar quatro contratos. Destes, dois são relacionados à China", disse Wang.
Para o porta-voz a decisão é um "retrocesso" e "irracional" e ajuda a deteriorar ainda mais a já degradada relação entre os dois países, segundo a mídia.
Na quarta-feira (22), ao anunciar a quebra do pacto, a ministra das Relações Exteriores da Austrália, Marise Payne, disse que os dois acordos entre o estado australiano da Victoria e Pequim foram rompidos por serem "inconsistentes com a política externa australiana ou adversos às nossas relações externas".
De acordo com o editorial especial do Global Times sobre o assunto, o governo australiano "não só está passando por cima de sua cabeça para provocar a China, mas também deixando de lado sua jurisdição estadual por seus próprios interesses políticos, o que poderia ser um golpe sério para as economias federais e locais", declarou a mídia chinesa.
Em dezembro de 2020, o Parlamento da Austrália concedeu poder de veto sobre negócios estrangeiros feitos por estados australianos, e a quebra do acordo com a China realizada ontem (22) entraria dentro da nova legislação australiana.