Em março do ano passado, a Guarda Nacional da Califórnia aguardava ordens de sua sede em Sacramento, se preparando para responder a qualquer agitação civil que pudesse surgir devido às restrições da COVID-19.
O ramo aéreo da Guarda Nacional foi instruído a colocar um caça F-15C em estado de alerta para uma possível missão doméstica, de acordo com quatro fontes do jornal Los Angeles Times, que tiveram conhecimento direto do assunto.
A ordem não explicitava a missão, mas, considerando as limitações da aeronave, a Guarda Nacional entendeu que o avião poderia ser usado para assustar e dispersar os manifestantes, voando baixo sobre a multidão. Os caças foram usados desta maneira várias vezes em zonas de combate no Iraque e Afeganistão, segundo a mídia.
Usar o caça F-15C contra manifestantes seria um uso inadequado do Exército contra civis norte-americanos, disseram as fontes da mídia.
"Seria uma ordem completamente ilegal que desonraria os militares", disse uma das fontes do jornal. "Poderia parecer que estávamos ameaçando os civis".
O caça foi colocado em estado de alerta, abastecido e pronto para decolar, para uma possível resposta contra os protestos após a morte de George Floyd e os distúrbios devido às eleições presidenciais dos EUA em 4 de novembro de 2020, revelaram as fontes.
As diretivas da sede da Guarda Nacional da Califórnia foram divulgadas oralmente ou em mensagens de texto, e não de forma escrita, algo incomum que aumentou as preocupações de o caça ser usado inadequadamente, de acordo com as fontes da mídia.
No entanto, o porta-voz do major-general David Baldwin, chefe da Guarda Nacional da Califórnia, tenente-coronel Jonathan Shiroma, negou que o caça F-15C tenha sido colocado em estado de alerta como resposta contra distúrbios civis.
"Não usamos nossos aviões para assustar ou intimidar civis", afirmou Shiroma.