A EEI é a maior colaboração mundial em ciência e engenharia e tem sido um ponto de encontro internacional para astronautas por duas décadas, escreve o Financial Times.
"A NASA e a ESA não teriam sido capazes de construir a estação espacial sem a análise e opinião técnica russa. Os russos eram mestres na construção de estações espaciais modulares", disse Ojha.
Só neste mês de abril, um foguete russo Soyuz enviou um astronauta dos EUA e dois cosmonautas russos para a EEI. A estação espacial se encontra em órbita a uma altitude de 420 km da superfície da Terra.
Oito dias mais tarde, outro Soyuz trouxe três cosmonautas de volta à Terra. Já nesta sexta-feira (23) um foguete da SpaceX partiu para órbita com dois americanos, um japonês e um francês. A cápsula vai acoplar com a EEI hoje, sábado (24).
No entanto, este período de colaboração internacional está chegado ao fim. Na semana passada, a Rússia anunciou que vai sair do projeto da EEI já em 2025 e iniciar a criação de sua própria estação orbital.
Apesar das crescentes tensões entre a Rússia e EUA, que duram há vários anos, as agências espaciais dos dois países continuaram a trabalhar em estreita colaboração, junto com os seus colegas europeus, japoneses e canadenses.
Segundo aponta NASA, 243 pessoas de 19 países estiveram na EEI desde o ano 2000. "Embora no início tenha havido algumas dificuldades porque a agência espacial russa e a agência americana tinham formas muito diferentes de trabalhar, atingimos um grau de maturidade operacional, de modo que, em termos de dinâmica da tripulação, eu ouvi apenas coisas positivas sobre astronautas e cosmonautas trabalhando juntos", comentou Ojha.
As equipes de cientistas ocidentais precisavam de foguetes russos para transportar materiais e pessoas para a EEI.
Esta dependência aumentou em 2011, quando a NASA aposentou o seu ônibus espacial Space Shuttle, fazendo com que os foguetes portadores Soyuz passassem a ser o único veículo disponível para levar e trazer os astronautas em órbita.
De acordo com o inspetor-geral da agência espacial dos EUA, Paul Martin, a NASA gastou US$ 3,9 bilhões (R$ 21,3 bilhões) no transporte de astronautas de e para a EEI.
Ao anunciar o fim da cooperação russa na EEI, espera-se que Moscou inicie uma colaboração mais estreita com a China.
Desde o agravamento das relações entre os países ocidentais e Moscou, Rússia e China têm assinado acordos energéticos e no ramo da defesa, enquanto o seu comércio bilateral quase dobrou desde 2010, chegando a US$ 110 bilhões (R$ 600,7 bilhões) em 2019.
Enquanto as relações entre o presidente russo Vladimir Putin e o líder chinês Xi Jinping têm melhorado e progredido, as relações de Washington com ambos os países se deterioraram de forma significativa.