O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, denunciou o Departamento do Tesouro dos EUA sobre a entrega planejada de US$ 150 milhões (aproximadamente R$ 821 milhões) dos fundos congelados nos EUA por sanções à oposição liderada por Juan Guaidó.
"Esses 150 milhões de dólares que a OFAC [Agência de Controle de Ativos Estrangeiros dos EUA] vai dar aos líderes de direita devem se tornar remédios para a população. Continuamos travando a batalha pela consciência dos venezuelanos", afirmou Maduro durante pronunciamento televisivo no domingo (25).
Em 2019, ainda sob a presidência do republicano Donald Trump, Washington congelou US$ 342 milhões (R$ 1,8 bilhão) em poder do Banco Central venezuelano nos EUA, como parte de um programa de sanções que pretendia tirar Maduro da presidência. Os fundos foram colocados sob o controle do líder da oposição Guaidó e do governo provisório que ele criou, mas, para movê-los, é necessária uma autorização do Tesouro norte-americano.
Durante o discurso, Maduro disse que a oposição se tornou "gangster" e que o dinheiro não deveria ser entregue à "máfia guaidosista".
"Tornou-se um negócio suculento para uma pilha de bandidos gangsters. Eles deixaram o campo da política para se dedicar à extorsão e à fraude", disse o presidente da Venezuela se referindo à oposição.
Maduro argumentou que a oposição usará esses recursos para continuar "desestabilizando" o país, por exemplo, financiando uma "guerra de comunicação contra a Venezuela". "A OFAC financia todos esses eventos desestabilizadores porque estabelece orçamentos para eles", garantiu o presidente venezuelano.
Maduro disse que todos os recursos financeiros do governo venezuelano congelados internacionalmente pertencem ao povo venezuelano, argumentando que esse montante poderia ser utilizado para adquirir medicamentos, alimentos e insumos industriais.
Maduro acrescentou que, de acordo com as últimas pesquisas, mais de 85% do povo venezuelano é contra as sanções dos EUA à Venezuela, incluindo o congelamento de seus ativos no exterior. Além disso, o presidente da Venezuela assegurou que mais de 80% da população rejeita a liderança de Guaidó.