Pequim divulgou um relatório sobre a topografia e geografia das ilhas Diaoyu nesta segunda-feira (26). Especialistas chineses viram o relatório como uma mensagem forte que reafirmou a soberania da China sobre as ilhas para o mundo com fatos, abertura e transparência, e alertaram o Japão e os EUA de que seu conluio enfrentará consequências se eles deixarem de respeitar o posicionamento da China sobre o assunto.
No site especial das ilhas Diaoyu criado pelo Ministério de Recursos Naturais chinês em oito idiomas, o ministério publicou um relatório de levantamento topográfico e geográfico das ilhas Diaoyu e suas ilhas afiliadas, detalhando o terreno do arquipélago junto com mapas de imagens de sensoriamento remoto.
O objetivo da pesquisa era obter dados geográficos para os mapas topográficos mais recentes, e a pesquisa melhorou ainda mais o sistema de dados básicos das ilhas e desempenha um papel importante na gestão de recursos e proteção ecológica das ilhas, disse o ministério.
A China divulgou o relatório em um momento em que o Japão intensificou sua aliança com os EUA desde janeiro, com o início do novo governo de Joe Biden, em uma postura dura contra a China na questão das ilhas Diaoyu. Washington acabou por se comprometer com a defesa do Japão sob seu tratado de segurança que abrange as ilhas Diaoyu.
A geografia está intimamente ligada ao território e à soberania, e o movimento mais recente da China não é apenas uma pesquisa científica, mas um forte sinal diplomático e político para o mundo, incluindo os EUA e o Japão, de que as ilhas Diaoyu são uma parte inalienável do território chinês.
"O Japão e os EUA tentaram criar o caos na comunidade internacional e confundir o fato de que a China tem direitos soberanos indiscutíveis sobre o território [das ilhas Diaoyu]. Publicamos o relatório da pesquisa para reiterar o consenso internacional sobre o assunto", confirmou Li Haidong, professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Relações Exteriores da China, ao jornal Global Times.
"Não importa como Japão conspira com EUA sobre o assunto na tentativa de distorcer o consenso internacional, isso não mudará o posicionamento e as ações da China, incluindo patrulhas regulares ao redor das ilhas e atividades de pesca", completou Li.
O professor Li disse que o relatório da China também serve como um alerta para o Japão e os EUA de que, se eles não respeitarem a soberania da China, terão que enfrentar as consequências. Os movimentos recentes do Japão prejudicaram seriamente as relações sino-japonesas.
Liu Jiangyong, vice-reitor do Instituto de Relações Internacionais Modernas da Universidade Tsinghua, observou que informações adicionais sobre as condições legais e naturais das ilhas Diaoyu ajudarão o povo japonês e a comunidade internacional a saber mais sobre a situação relevante.
Sobre o conluio Japão-EUA, Li disse que é improvável que Washington ajude Tóquio em caso de conflitos militares entre os dois países asiáticos, já que a maneira americana de fazer as coisas é "satisfazer-se às custas dos outros", disse Li, acrescentando que os EUA só "atiçariam" as chamas no caso de um conflito entre o Japão e a China.
Analistas chineses afirmam que se o Japão e os EUA intensificarem suas provocações nas águas ao redor das ilhas, como o envio de tropas, a Marinha e a Força Aérea do Exército de Libertação Popular da China tomarão medidas, como patrulhar a área, para mostrar a determinação da China em proteger seu território.