Em novembro do ano passado, Vizcarra foi acusado pelo Parlamento peruano de "incompetência moral", diante da queda do PIB (Produto Interno Bruto) nacional, e pelo fato de o país sul-americano apresentar um dos níveis de mortes por COVID-19 mais altos do mundo.
Em fevereiro de 2021, o ex-líder peruano utilizou seu status social para se alistar nos testes clínicos para a vacina chinesa contra a COVID-19 da farmacêutica Sinopharm. Vizcarra chegou a insistir que ele e sua esposa fizeram um "ato de bravura" ao se voluntariarem para os testes clínicos. Contudo, mais tarde, um dos médicos responsáveis pelos testes clínicos afirmou que o ex-presidente sabia que estava recebendo a vacina, e não um placebo.
Porém, depois de tanta confusão, o ex-presidente anunciou no Twitter que "apesar dos cuidados necessários para evitar levar o vírus para casa, minha esposa e eu testamos positivo para COVID-19 e somos sintomáticos. Minha família está tomando as medidas de isolamento necessárias. Não baixemos a guarda".
Tamanho escândalo resultou nas demissões da ministra da Saúde, dra. Pilar Mazzetti, e da ministra das Relações Exteriores, Elizabeth Astete, que, por sua vez, admitiu ter sido também vacinada em janeiro de 2021, semanas antes do programa de vacinação no Peru, lançado em 9 de fevereiro.
No início deste mês, legisladores peruanos votaram para banir Martín Vizcarra de exercer funções no setor público por dez anos, Mazzetti por oito anos, e Astete por apenas um ano.
Atualmente, com mais de 1,7 milhão de casos e 60 mil mortes registradas, o Peru está utilizando diferentes vacinas para combater a pandemia. Além do imunizante da Sinopharm, estão sendo administradas as vacinas da AstraZeneca, da Pfizer, e, em breve, possivelmente, a Sputnik V.