O ex-presidente boliviano, Evo Morales, criticou a prefeita recém-eleita de El Alto, Eva Copa Murga, por se encontrar com o líder de direita, Luis Fernando Camacho, julgando o encontro como um ato de traição, disse Miriam Amancay Colque, porta-voz do movimento Bartolina Sisa Resistance.
Em resposta, Eva Copa teria dito que "traidor é aquele que foge".
Luis Fernando Camacho liderou esforços junto com outros vários membros da oposição no golpe de 2019 no país, tirando Morales do poder. Os moradores de El Alto também expressaram preocupação com o encontro entre líderes da oposição, que "perseguiram, torturaram e assassinaram" indígenas e os chamaram de "feras humanas e selvagens".
Eva Copa criticou Morales e outros membros do Movimento pelo Socialismo (MAS-IPSP) por fugirem do país, apesar da lei internacional que protege os requerentes de asilo e refugiados da perseguição política.
Como resposta, Colque disse em nota que "o companheiro Morales foi forçado a deixar o país porque sua vida estava em perigo, houve ordens expressas para eliminá-lo e isso pode ser confirmado por quem o protegeu".
E acrescentou que Eva Copa nunca foi ameaçada ou perseguida pelo governo, e que assim, estava "construindo seu próprio perfil". A porta-voz também disse que a recém-eleita prefeita se recusou a atender ligações de Morales e se opôs ao seu retorno à Bolívia.
Os comentários vêm semanas após autoridades bolivianas advertirem os Estados Unidos e enviados brasileiros para não interferirem nos processos judiciais internos contra a ex-presidente interina Jeanine Áñez, que foi acusada de terrorismo, sedição e conspiração contra o Estado boliviano em 2019.