Este ano, as empresas chinesas arrecadaram um recorde de US$ 11 bilhões (R$ 60,2 bilhões) na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE, na sigla em inglês) e na Nasdaq por meio de ofertas públicas iniciais, vendas de ações de monitorização e emissão de títulos conversíveis, escreve o Financial Times citando dados da plataforma Dealogic.
As grandes empresas listadas incluíram uma oferta pública inicial de US$ 1,4 bilhão (R$ 7,6 bilhões) da fabricante de cigarros eletrônicos RLX Technology e uma oferta de US$ 947 milhões (R$ 5,18 bilhões) da empresa de software Tuya, entre outras companhias chinesas.
"Os investidores centram-se nas margens de crescimento e na perspectiva de rentabilidade aqui e agora, e abordarão as mudanças regulatórias ou os acontecimentos geopolíticos à medida que se materializem", disse ao jornal Craig Coben, codiretor de mercados globais de capitais na região Ásia-Pacífico do Bank of America.
"Prevê-se que a economia chinesa cresça fortemente em 2021. Soma-se a isso o surgimento de um grupo de empresas muito forte e, claro, há investidores que estão ansiosos para encontrarem formas de investir nestas companhias", afirma Coben.
No início deste ano, a Bolsa de Valores de Nova York decidiu expulsar três empresas de telecomunicações chinesas por supostas conexões com o Exército de Libertação Popular (ELP), porém, a decisão foi revogada posteriormente. De qualquer forma, é clara a intenção dos EUA de dificultarem a presença chinesa no mercado norte-americano.
A lei aprovada pela administração anterior de Donald Trump consiste na proibição de investimentos norte-americanos em empresas suspeitas de estarem sob controle do setor militar chinês.