Os conselheiros de Segurança Nacional dos EUA e de Israel, Jake Sullivan e Ben-Shabbat, respectivamente, e outras autoridades dos dois países, acordaram que Washington e Tal-Aviv deveriam criar um grupo de trabalho interagências para combater o "perigo crescente de drones e de mísseis de precisão produzidos pelo Irã e fornecidos a movimentos pró-iranianos da região do Oriente Médio", afirma uma informação publicada no site oficial da Casa Branca.
Os representantes dos dois países também concordaram que o comportamento do Irã, classificado como "agressivo", representa uma ameaça significativa para o Oriente Médio, pelo que os EUA apoiam o direito de Israel de se defender.
Conforme indica o jornal Israel Hayom, antes da reunião de terça-feira (27), o grupo bilateral de Sullivan e Ben-Shabbat teria se reunido duas vezes por videoconferência. Porém, os oficiais dos dois países decidiram se reunir pessoalmente para discutir o assunto.
"Os Estados Unidos atualizaram Israel sobre as conversações em Viena e enfatizaram o forte interesse dos EUA em consultar de perto Israel sobre a questão nuclear em andamento", indica o comunicado da Casa Branca.
As consultas provavelmente dizem respeito ao Plano de Ação Conjunto Global de 2015 (JCPOA, na sigla em inglês), que tem sido objeto de várias reuniões em Viena, na Áustria.
Na semana passada, o presidente da República Islâmica, Hassan Rouhani, declarou que em breve Washington e Teerã poderiam chegar a um consenso relativo ao acordo nuclear, algo que não agrada às autoridades israelenses, que estariam mais de acordo com a política de "pressão máxima" da administração do ex-presidente Donald Trump.
Segundo a mídia israelense, caso o Irã se envolva em conversações mais sérias para um melhor acordo nuclear, Israel expressará sua posição sobre como deveria ser esse acordo, apesar do país não ser signatário do JCPOA.
Para além dos conselheiros de Segurança Nacional e do embaixador israelense nos EUA, Gilad Erdan, da reunião em Washington também participaram Barbara Leaf, nomeada por Biden para vice-secretária de Estado para Assuntos do Oriente Médio, e Brett McGurk, enviado presidencial especial dos EUA para a Coalização de Contenção do Daesh (grupo terrorista proibido na Rússia e em outros países).
A discussão também se centrou nos recentes ataques com foguetes vindos de Gaza contra as Forças de Defesa de Israel (FDI), ataques que os EUA condenam. No entanto, Washington continuará a apoiar a "solução de dois Estados" no que toca ao conflito israelo-palestino.