A Administração Nacional de Segurança Nuclear (NNSA, na sigla em inglês) dos EUA anunciou na quarta-feira (28) que o planejamento e a construção de um novo projeto de fabricação de componentes essenciais para o arsenal nuclear de Washington podem custar, inicialmente, mais de US$ 4 bilhões (aproximadamente R$ 21 bilhões), reporta agência Associated Press.
A agência federal não detalha como o montante seria gasto, nem inclui o custo de outros preparativos que seriam necessários para que o Laboratório Nacional de Los Alamos (LANL, na sigla em inglês), berço do programa nuclear dos EUA, comece a produzir 30 núcleos de plutônio por ano.
A mídia recorda que o impulso para retomar os planos nucleares abrangeu várias administrações presidenciais, com defensores argumentando que os EUA precisam garantir a estabilidade e a confiança de seu arsenal, dadas as crescentes preocupações com a segurança global. A NNSA afirma que a maioria dos núcleos de plutônio no estoque norte-americano são das décadas de 1970 e 1980.
Grupos fiscalizadores contra iniciativa
Grupos fiscalizadores têm soado alarmes sobre o potencial para mais falhas de segurança e proteção no LANL, que fica no norte do Novo México, e o potencial de contaminação ambiental. Outra preocupação são os resíduos nucleares que seriam gerados pela obra.
"As instalações do LANL são simplesmente muito antigas e inerentemente inseguras, sua localização muito impraticável […]. Mesmo com um estoque muito menor, LANL não poderia realizar esta missão com sucesso", afirma à mídia Greg Mello, do Grupo de Estudo Los Alamos.
Os grupos fiscalizadores argumentam ainda que a estimativa de custo delineada pela agência em sua decisão é quase o dobro das projeções feitas no ano passado.
Jay Coghlan, da Vigilância Nuclear do Novo México, chamou os planos do governo federal de "desnecessários e provocativos", dizendo que mais produção resultará em mais desperdício e ajudará a alimentar uma nova corrida armamentista.
A agência nuclear, por sua vez, disse em comunicado que espera definir linhas de base de custo e cronograma em 2023 como parte do processo em andamento. A NNSA acrescenta que também planeja continuar revisando o projeto "para melhorar a fidelidade" das estimativas de preço e cronograma.